Num cenário apocalíptico, obviamente, que tudo o que se tem em termos de opinião pública, é rejeição.
Na eleição do fim do mundo, que é esta que se aproxima, muitos já a aceitaram e chegaram à conclusão de que tudo vai acabar bem; outros ainda encontram-se deprimidos, sem expectativas ou vontade, chegaram à conclusão de que nada adianta de nada, neste país apocalíptico de nascença.
Há, também, claro, os que já partiram para a negociação, especialmente a negociação com Deus - Livrai-nos de todo o mal, amém - , e, dizem por aí, que é em razão de se repetir tanto e tanto este mantra que as coligações políticas não saem ou se saem logo desatam....
Mas, das estatísticas, o que sobressai mesmo, é a raiva, o número dos eleitores raivosos é descomunal - o brasileiro, tão pacato, quem diria, aprendeu, a custa de muito sofrimento, muito trauma, que trabalhou, e trabalha, a vida toda, para sustentar milhares e milhares de esquemas de corrupção com o dinheiro público que garantem a seletos grupos seculares - e outros novíssimos - vida luxuosíssima, bilhões no exterior, à custa da miséria eterna do povo do país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza!
Mas, no topo de todos os levantamentos estatísticos, está, claro, a negação.
Muitos, muitíssimos, ainda rejeitam o cenário que se desdobra sob seus olhos.
Nã dá mesmo pra acreditar que o Brasil chegou a isto. Isto que está aí.
Uma terra que já teve uma classe média altaneira, escola pública de qualidade, professores reconhecidos e bem pagos, um povo trabalhador (realmente trabalhador), ordeiro e digno; um povo que frequentava bibliotecas! Bibliotecas!!!
Dividida. Despedaçada. E, sobretudo, despenteada. Gente descontrolada não se penteia direito! Pode reparar. Céus!
E a lição é única: só se chega ao apocalipse pela falta de visão, pela total ausência de cultura e de vontade de obtê-la, pela lassidão endêmica, pela preguiça atávica, pela mais absoluta ausência de educação formal e da educação que vem de casa mesmo - isto é, pela vontade própria de cada qual.
E pra sair, o caminho é o exato oposto.