O coreto político tá bagunçado. O povo está votando por falta de boas opções, é preciso acabar a ditadura partidária. Ouço pessoas comentarem que algum dos candidatos possíveis de ganhar a Presidência pode implantar uma ditadura. Que nada, não tenham medo disso, pois, já vivemos uma ditadura partidária, basta prestar atenção e conferir.
Já em artigo que escrevi em 2004, e já se passaram quatorze anos, anotei o seguinte, e vale pra hoje: “O Imperialismo Partidário, uma verdadeira ditadura, faz com que o Brasil continue dividido em Capitanias Hereditárias, exercendo poder de pressão e impedindo que se renove com mais intensidade os cargos eletivos.
Nosso país precisa de uma ampla reforma política. As disputas nos diretórios municipais deveriam ser a grande festa democrática nacional, onde de acordo com regras estabelecidas, dois ou mais grupos de pensamentos pudessem fazer parte desses diretórios.
Como consequência teríamos novos diretórios estaduais mais comprometidos com as bases municipais e, por isso, com mais força para elegerem um diretório Federal que representasse as diversas correntes partidárias a nível nacional.
O povo teria a chance de ver novos nomes na política que poderiam provocar uma mudança substancial nas práticas dessa mesma política dando maior grandeza às representações e as disputas. Basta de Impérios, basta de ditaduras, abaixo o despotismo regional nos partidos políticos”.
Que pena, antes de melhorar a situação partidária no Brasil parece que piorou. Hoje, dentre os dois candidatos mais bem avaliados nas pesquisas, um se diz representante de um político que está preso (com razão ou não, porém, preso), outro está se restabelecendo de uma operação, e o povo se digladiando e se ofendendo. Isto não é bom, o país precisa de estabilidade emocional para preparar seu futuro, pois, com brigas e animosidades não se chega a lugar nenhum, na democracia as escolhas precisam ser respeitadas.
Também, continuo acreditando, num país com as dimensões do Brasil e o número de estados existentes, onde alguns não conseguem dar conta de suas próprias contas, os estados que suportam as despesas precisam ser governados por pessoas de personalidade forte e que possam impedir o governo federal de fazer bobagens. No nosso caso – São Paulo, o governador não pode ser submisso e nem ficar apenas pensando nas próximas eleições, o cidadão governador precisa, com ajuda da assembleia legislativa, convencer outros governadores para que, juntos, possam obrigar o governo central fazer reformas que possam assegurar um futuro melhor para todos. Por isso mesmo a escolha dos paulistas por um governador que possa dar conta do recado é muito importante.
Quanto aos legislativos, federal e estadual, enquanto não houver uma reforma política inteligente, reafirmo o que sempre pensei: as cidades e as regiões precisam privilegiar no voto as pessoas que residam nelas.
Mas, vejam bem, votar no próximo domingo pensando que alguém vai implementar uma ditadura no país é um engano, já temos, e da pior forma, uma Ditadura Partidária.