Não é à toa que o status quo é o status quo.
O poder político-econômico (sempre, e sempre, precedentemente econômico, e não político) se instala e se aparelha - e se perpetua.
Com efeito, a perpetuação da casta econômico-financeira é o que faz girar o mundo - não se discute; mas em tempos em que se vê tantos solavancos na rotação do planeta, a perpetuação da espécie se coloca como assunto incontornável.
E a espécie, no caso, é a econômico-financeira.
Chegamos a um “ dá ou desce” político, em que qualquer tentativa de perpetuação que não contemple transparência e juros humanizados corre seríssimo risco de vasectomização.
E não se trata de uma nova Revolução Francesa, não - também financiada por interesses econômico-financeiros.
Trata-se da inevitável revolução cotidiana de uma população mundial - inteira -, cansada do stablishiment; dessa história da humanidade sempre a mesma.
Vivemos um salto tecnológico que democratizou o mundo como nunca dantes, em que uma quase unanimidade têm acesso à informação, e, como nunca dantes, quer saber o que está acontecendo. Lá, aqui, e agora. E intervir.
Daí que não vai dá pra manter isso aí, não, viu?
Nem adianta tentar. Porque vai acabar mal - para quem tentar, manter isso aí, viu? -evidentemente.
Porque esta mesma população - global -, quer saber de defender o se lado - o lado de quem paga a conta, no fim de todas as contas.
O que passa, incontornavelmente, pelo saneamento, mais, pela total desinfecção -, dos Estados Nacionais, sua drástica redução ao essencial, para tornar-se, justamente, essencial à quem paga.
De palhaços, o mundo está cheio, como nunca dantes; nos trópicos, então, nem se fala: é um circo: só que o espetáculo acabou faz tempo, a plateia já enjoou - não pode mais nem ouvir falar -, e, contudo, tem artista que ainda não se tocou.
Insistem em fazer de conta - vai que cola? -, sua especialidade.
O que ocorre, entrementes, é que quem tá na rede, ou nas redes, sabe muito bem diferenciar ficção de realidade, e está plantado com os pés, os dois, na realidade.
Não se discute que tudo já esteve - e em alguns setores, ainda está - dominado.
O que acontece agora, todavia, é que tudo está, também, monitorado - e pelo dono, o contribuinte.
De tudo, o que se extrai é que até as lesmas de jardim vão ter que se adaptar à nova realidade.
Esse negócio de ficar arrastando-se - ou de arrastar, em geral -, lenta e gradualmente, isso vai acabar.