Vem um novo governo federal por aí, foi eleito democraticamente dentro das regras estabe-lecidas. Sabe-se lá o que vai fazer e, quanto aos auxiliares escolhidos, a responsabilidade é do próprio; se der certo, leva os aplausos, se der errado, vai ser cobrado. E os tais de primeiros cem dias possivelmente serão muito comentados. A população tem pressa. Dependendo das atitudes iniciais o tal de “zap-zap” vai correr solto, se forem boas o contingente de apoiadores aumenta, se a corda apertar, a chiadeira vai ser grande. E, para que a chiadeira não seja muito grande, o novo presidente vai ter de agir positivamente a favor de uma melhor movimentação econômica já nos primeiros dias de governo, tarefa difícil.
Também os estados da federação estarão inaugurando novos governadores que sofrerão os reflexos da pauta federal. Parece que desta vez, mesmo o executivo estadual sendo do time do presidente ou não, estão todos num mesmo barco, se este fizer água, sobra para todo mundo.
Acabou o tempo do tal “me dá um tempinho”, pois, o tal de zap-zap joga porcaria no ventilador muito rapidamente. Percebe-se que depois que uma onda ruim pega, fica difícil o seu conserto.
Sem dúvida, aos legisladores vai caber uma grande parcela do protagonismo e das soluções, em todos os níveis, mesmo porque em muitos aspectos, desde morais aos econômicos, a vaca do país entrou no atoleiro, precisa ser tirada dai, e ao povo precisa ser explicado que pode levar um bom tempo. Pois é, estamos vivendo tempo de mudanças, vamos torcer para que elas sejam positivas, e entendermos que nada se conserta de um dia para outro
Os legisladores bem-intencionados precisam entender o recado dado nas urnas deste ano, devem procurar deixar um bom legado, pois podem ser esquecidos pelo eleitor na próxima eleição exatamente como aconteceu com alguns caciques na última.
E, sem dúvida, o Lincoln deixou uma frase interessante: “ninguém engana a todos por todo o tempo”. Vejam o que aconteceu no Rio de Janeiro ontem: o governador foi preso no exercício do mandato. Se a atitude está certa ou não, a história contará, porém é bom que todos os administradores de bens públicos fiquem atentos. Talvez, no futuro, prefeituras, estados e a União sejam beneficiadas com mais sobra de recursos, não pela competência de alguns, mas, sim, por medo de irem para a cadeia. Todos escalões precisam estar atentos a isso, é melhor perder o cargo negando cumplicidade em atos duvidosos do que dormir na cadeia.
Tudo indica que o lado moral está prevalecendo sobre o lado legal. Já temos alguns exemplos de decisões judiciais que privilegiam a moralidade, assim entende o articulista.