O candidato em campanha, na euforia própria de um iniciante, fala “ e muito “ inclusive muitas bobagens. No entusiasmo do seu discurso, assume compromissos sem saber das consequências de suas promessas.
Eleito, se depara com uma situação que eu enfrentei e que a maioria dos novatos irá enfrentar. E eis que surge a pergunta: “E agora, o que faço?”.
Vou me valer das experiências pelas quais passei para evitar vexames iguais aos que tive.
Inicialmente, o novato tem que se conscientizar de que não é executivo e sim um dos noventa e quatro deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo. Então, entenderá também que sozinho não é nada.
Logo que entrei para a política, tratei de tomar melhor conhecimento do que teria que enfrentar e, então, adotei algumas providências importantes. A primeira delas foi ler as constituições federal e paulista, a fim de conhecer melhor a minha competência. Também fiz questão de ler e estudar o Regimento Interno da Alesp, instrumento que norteia tudo o que acontece nesta Casa.
Como realista que sou, logo entendi que, terminada a apuração dos votos na eleição, cada deputado vale apenas um voto, independente da quantidade de votos que cada um obteve. Ou seja: todos ali são iguais, do mais ao menos votado, todos têm seu valor porque cada um, com seu voto, tem o mesmo peso.
Outra postura que adotei foi a de estudar e analisar as comissões que analisam as proposituras, verificando as que melhor se adaptavam às minhas competências e o objetivo que eu teria como deputado.
Enumerei algumas das atitudes que tomei porque quero ajudar os novos deputados que, em breve, assumirão. Acredito que minha experiência tenha valia aos novatos, uma vez que, por meio dela, modéstia à parte, fui conduzido a oito mandatos como deputado estadual, tendo chegado, inclusive, a presidente da Alesp.
Hoje, após todos esses mandatos, sinto que cumpri o que acredito ter sido “missão divina” e optei por não concorrer no último pleito. Contudo, acredito que ainda há muito a ser feito pelas pessoas de nosso Estado e de nosso país e, por isso, desejo boa sorte aos que farão parte da próxima legislatura e sabedoria para desenvolver os seus trabalhos.