Roger Alves
A prática de atividade física e o estilo de vida “saudável” está sem sombra de dúvida em alta. É nítida a crescente demanda de pessoas buscando essa filosofia de vida, porém como tudo na vida é necessária uma reflexão: afinal qual o limite do saudável?
É evidente a imposição das mídias e da sociedade sobre a estética e os padrões de beleza, corpos com grande volume muscular e definição são a meta de vida de muitos homens e mulheres, um trabalho ardo que exige tempo, e paciência, uma vez que o processo de hipertrofia, já abordado em outros artigos, é lento.
Mais onde está o problema? Afinal qual o problema de cuidar do corpo? Vivemos em uma sociedade sedentária, onde cada vez mais pessoas, muitas vezes jovens, sofrem com os problemas derivados do sedentarismo (obesidade, pressão alta, diabetes, entre outros).
O problema está nos excessos, mora na falta de orientação, no exagero com a alto imagem. O caminho para a mudança de vida, para a evolução do corpo, passa por uma estrada longa que não permite atalhos.
É comum pessoas negligenciarem a importância da orientação profissional e buscarem por conta própria a dieta adequada, buscando muitas vezes o emagrecimento rápido, com dietas pobres em fibras e vitaminas, sem levar em consideração suas necessidades energéticas, apenas para ver na balança 1 ou 2 quilos a menos no fim da semana, desconsiderando totalmente sua composição corporal e o quanto de massa magra perdem com tais dietas.
Associado a isso temos também o exagero na atividade física, treinos inadequados, que sobrecarregam determinados grupos musculares, deixando outros grupos enfraquecidos, causando desvios e dores articulares constantes, além dos exageros nas atividades aeróbicas, horas de esteira e aulas aeróbicas, sem a menor preocupação com o impacto articular constante ou a busca por um fortalecimento adequado.
Nesses momentos a busca pela saúde é substituída pela busca da estética. A saúde é uma aposta a longo prazo, algo que quando feito corretamente nos acompanha por toda a vida; a estética, quando feita sem a menor orientação ou consciência, é momentânea.
A busca por qualidade de vida deve ser antes de tudo prazerosa, deve ser algo que incorporamos em nossa rotina de forma leve e agradável. Cuidar de nosso corpo é e deve ser uma meta para todos, porém é necessário sabedoria, orientação correta e boa vontade para seguir esse caminho.
*Roger Alves – Personal Trainer – CFREF 124251 G/SP