Sustentabilidade é a ideia força que deveria mover a sociedade humana a partir do panorama sugerido pela 4ª Revolução Industrial. A concepção singela de que “sabendo usar não vai faltar” foi negligenciada pela espécie racional há muito tempo. A estupidez, a ganância, a insensibilidade e outras fissuras de caráter exauriram o patrimônio natural que não é inextinguível. Lamentavelmente, ele é finito. Frágil e indefeso. A Terra sofreu inclemente devastação e continua a suportá-la, sem que haja uma reação compatível de parte de quem teria condições de refrear a insanidade.
O resultado é um planeta em que falta água doce para considerável parte da população. A mutação climática gera migrações em massa, descompensando o equilíbrio em inúmeras regiões. Inundações intercaladas com temperaturas tórridas, produzindo até mesmo combustão espontânea de escassas coberturas vegetais. Nunca se produziu tanto, mas a fome e a sede continuam a atingir legiões.
A sustentabilidade levada a sério enfrentaria várias questões que afligem a humanidade. Sustentabilidade ecológica, é óbvio. Mas também a sustentabilidade econômica e social. A insustentável situação de humanos excluídos, enquanto se dissemina a universalização dos direitos fundamentais.
Para a implementação de um projeto consistente de plena sustentabilidade, é urgente a conversão da maior parte dos habitantes da Terra. Convencê-los de que ninguém subsiste sozinho, de que a vida é um contexto extremamente complexo, do qual a espécie humana é um elo e nem sempre o único importante. A ruptura dessa corrente interfere no sistema e pode abreviar o término da aventura do homo sapiens por este sofrido planeta.
As consciências sensíveis precisam se debruçar sobre os grandes desafios contemporâneos e investir em alternativas ao caos que se avizinha e que já se faz notar em espaços incontáveis. Compreender as diferenças, banir o preconceito, flexibilizar o diálogo cujo objetivo é aplainar arestas e não enfatizar os antagonismos.
Encarar a necessidade de alimentar, dessedentar, vestir, dar moradia e atividade garantidora de subsistência a semelhantes que nascem predestinados ao abandono e à exclusão.
Parece utopia? Óbvio que sim, considerado o atual estágio de elevação espiritual dos humanos. Porém ignore-se tal situação de fragilidade do convívio e aguarde-se o que o futuro próximo nos reserva.