Fundar um jornal é instalar um farol.
Com efeito, qual é o destino de um farol?
Alertar sobre um perigo, o navio que singra os mares ou nortear-lhe a reta a seguir. Assim o jornal. Mostra ao povo os perigos que o ameaçam, ao mesmo tempo que o aconselha na orientação a seguir.
Grande é, pois, a responsabilidade que o jornal assume perante o público. Alavanca da opinião deve o jornal cerca-se de cuidados, para que a opinião pessoal de seus redatores não venha a influir de um modo maléfico sobre o leitor.
O jornal é sem dúvida, nos tempos modernos é a maior força que a mão do homem já empunhou. Nem mesmo o rádio lhe leva vantagem. A comunicação com o público por meio dessas duas instituições jornal e rádio – tem seus métodos e características próprias. Se o rádio ganha na extensão, o jornal lhe leva vantagem em profundidade.
Pode-se mesmo afirmar que o rádio é o aperitivo para o jornal. Enquanto aquele desperta a atenção, esse traz a notícia completa, detalhada, satisfazendo assim a curiosidade do leitor.
O jornal tem para com seu público dever que o inibem de descambar para o sensacionalismo. Órgão essencialmente informativo, a ele cabe, por seus leitores a par dos acontecimentos sem os deturpar ou alterar.
Daí decorre a grande responsabilidade que pesa sobre seus dirigentes e orientadores.
Deverão estes ser dotados de sólida altura intelectual e moral e seu ânimo deve estar forrado contra todas as investidas de interesses subalternos.
Não é sem razão que a imprensa é considerada o quarto poder. Sentinela vigilante, a ela compete fiscalizar os atos daqueles que mantém uma parcela do poder público. Não só fiscalizar, mas alertar os governantes para os perigos que significam tais ou quais atos de seus prepostos.
Vivendo do favor e simpatia da massa leitora, o jornal deverá ter as suas antenas receptoras constantemente orientadas para a essa massa, a fim de captar-lhe os anseios, para, em letra de forma, fazê-los chegar até àqueles aos quais está afeto o bem-estar geral.
O jornal, senhores, é pois, o farol a espancar as trevas e é alavanca a impulsionar o progresso.
Orgulha-se, portanto, este grupo, em legar aos pósteros este exemplo de virtude para que lhes sirvam de modelo e estímulo.
Que seus dirigentes se inspirem nos exemplos de um Evaristo de Veiga ou de um Líbero Badaró são os votos que eu faço.