Conforme é do conhecimento de todos que têm acesso à mídia, um dos decretos que vem chamando a atenção do leitor e de toda a população brasileira é a liberação da posse de armas de fogo, através de uma iniciativa do presidente Jair Bolsonaro com a finalidade específica de uso em residências, podendo o cidadão possuir até a limitação de quatro armas.
Porém, importante salientar nesta oportunidade o fato de que o chefe da Divisão Nacional de Controle de Armas de Fogo (DARM), da Polícia Federal, delegado Eder Rosa de Magalhães, foi muito claro e objetivo ao declarar que o aumento de armas em poder do cidadão pode ter nefastas consequências e que não deixam de ser uma preocupação das mais intensivas.
De acordo com os noticiários da Globo, o documento foi enviado recentemente aos delegados da Polícia Federal de todo o país que trabalham no controle de armas de fogo, o que é absolutamente natural esse procedimento passar por uma análise a contento dos delegados sobre as vantagens ou não da posse de armas de fogo.
Nessas condições, a aquisição de até quatro armas deverá passar por uma análise aprofundada sobre esse aspecto previsto na Lei nº. 10.826/2003, para aquisição e transferência de armas, haja vista a problemática de um aumento exagerado do número de armas em poder do cidadão, fato que pode gerar sérios problemas em função dessa quantidade ilimitada de recursos de armamento.
As reações contrárias a esse expediente não se constituem em novidade para ninguém, tanto é que, para o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), esse anúncio de um decreto que não vem ao encontro do desejo de uma boa parte da população, não é uma surpresa, já que Bolsonaro alimentava essa ideia quando em campanha eleitoral.
Ressalte-se que, dessa forma, as consequências desse ato deverão ser creditadas a ele, presidente, diante de uma insistência irreversível, já que tem esse poder sem passar pelo Congresso Nacional.
A presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann disse que o novo governo quer instaurar o faroeste no Brasil e que a população sofrerá com esta iniciativa. Moro e Bolsonaro estão bem sintonizados neste campo e que não deixa de ser uma preocupação à sociedade, já que nunca ninguém imaginou em uma iniciativa com embasamento nesse ideal pouco recomendado.
O total de brasileiros que se declarou contrário à liberação da posse de armas de fogo aumentou desde outubro, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, porém, não há uma previsão concreta de que esse aumento terá a inclinação de se manter com esse posicionamento para mais ou para menos.
Em outubro do ano passado 55% dos entrevistados se mostraram contrários. Hoje, 61% das 2.077 pessoas entrevistadas em 130 municípios e regiões de todo o país também se mostraram contrárias ao armamento, enquanto que 37% são favoráveis, para que o cidadão passe a se defender e, quanto às mulheres, 71% se mostraram contrárias à liberação contra 51% dos homens.
A facilitação da posse de armas é uma promessa de campanha de Bolsonaro, porém, os brasileiros que se declararam contrários à liberação da posse de armas atingiu 61% em dezembro, segundo pesquisa Datafolha e, de acordo com os entrevistados, a posse deve ser proibida, pois representa uma ameaça à vida de outras pessoas dentro desse raciocínio.
É evidente que muitos acham válida essa iniciativa do executivo, para que o cidadão possua meios de se defender, porém, em um eventual assalto repentino em que a vítima é surpreendida, terá ela tempo suficiente para localizar sua arma, já que o bom senso recomenda cuidados especiais, principalmente esse de estar longe de acesso às crianças? Acreditamos que não, porque a ação dos meliantes é mais rápida.
Aguardemos, portanto, o andar da carruagem neste campo e as possíveis problemáticas que poderão advir dessa iniciativa governamental, razão pela qual entendemos que uma boa parte das pessoas não está preparada para o manuseio de uma arma de fogo, salvo aqueles que conhecem bem esta prática.