W. A. Cuin
- Seja bem vindo meu irmão, estamos a sua disposição em nome de Deus.
Foram as palavras do orientador do grupo mediúnico ao Espírito, que pela psicofonia, se apresentou na sessão mediúnica destinada a socorrer os desencarnados em sofrimento.
- Como seu irmão! Você não me conhece e se me puder ver constatará que sou bem diferentes de todos aqui. Sou um criminoso, sou satânico, tenho uma vida de atrocidades que se conhecessem não me manteria junto de vocês. Eu nada fiz de bom nessa vida.
- Calma... é nosso irmão sim, somos filhos do mesmo Deus e unidos perante a família divina...
- Não perca seu tempo, estou aqui apenas para retirar criaturas que estão com vocês, com quem temos contas a acertar. Só isso me interessa...não tenho nada que vocês possam aproveitar. Aliás, na verdade, eu só tenho essa garrucha e esse picuá de munição. Eu pertenço a um bando e vivo por aí na criminalidade.
- Meu irmão, de alguma forma sempre temos algo de bom, mesmo que vivamos pelas estradas sombrias do erro.
E pela intuição o orientador da sessão mediúnica descreveu. Em certa oportunidade, seu bando estava acoitado em um mata próxima a um riacho, numa região bem hostil. Estavam com fome e divisaram um fumaça que se levantava por detrás de espessa cortina de arvores. Concluíram que ali deveria existir uma palhoça. Você é um companheiro, decididos partiram naquela direção, em busca de uma galinha, um porco ou quem sabe até um arroz e feijão. Roubariam o que fosse possível e se precisa acabar com a família que lá estava não haveria problema.
La chegando, qual não foi a surpresa ao ouvir gritos de uma mulher. Entram na choupa e depararam com um senhora dando a luz a uma criança, sozinha, pois que o marido havia partido para o povoado mais próximo para buscar socorro.
O que fazer, diante de inusitada situação?
Você é seu parceiro não titubearam, tiraram na algibeira que carregavam, um resto de cachaça e deram para a mulher, tentando com isso suavizar seu sofrimento, e por incrível que pareça, ajudaram no parto. A criança nasceu. Você esquentou sua faca no fogo para esterilizar e cortou o cordão umbilical.
Aí sim correram atrás de uma galinha, mas para fazer um caldo para a mãe que permanecia no leito ao lado do bebê.
Quando o marido dela chegou, depois de um tremendo suto, pois conhecia a fama do seu bando, foi informado do que ocorrera.
Agradecido, preparou uma boa refeição para todos. E comovido junto com sua esposa convidou você e seu parceiro para serem padrinhos da criança, inclusive dando o nome ao menino de João Luiz, em homenagem a você e ao seu companheiro.
A partir de então, sempre que você passava pela região levava um presente para o afilhado.
- Mas como sabem disso, faz tanto tempo e o caso ficou só entre nós.
- Caro irmão, isso é uma prova inequívoca de que Deus sabe de tudo e viu o seu gesto de amor e carinho naquela oportunidade.
- Na minha vida, então, só fiz isso de bom.
- Mas a Providência Divina reconhece qualquer gesto de amor para com os semelhantes.
- Não é possível, meu Deus, quem contou isso a vocês?
- Foi aquela jovem que esta entrando neste ambiente agora, veja lá...
- Minha filha, minha filha.... foi pela dor da nossa separação que eu entrei nessa vida de crimes, queria vingar o mal que fizeram a você... caiu em pranto copioso e profundo, abraçando aquela que era a razão maior da sua vida.
Acolhido pelo carinho da filha amada, que encontrou aquela oportunidade para socorrer o pai, ele viu descortinar novos horizontes e perspectivas para a vida.
Um gesto de fraternidade e amor tem o poder de movimentar as forças celestiais.
Quantos benefícios não colheremos quando entendermos isso e sairmos, decididamente, a fazer o bem de forma constante, evitando o mal de todas as maneiras.
A ciência explica que a energia atrai energia da mesma natureza, assim sendo o bem compactua com o bem e o mal se afiniza com o mal. Obviamente a escolha será sempre nossa.... e as consequências também.
Reflitamos...