Na primeira audiência que pretendo manter com o governador João Dória, cuja preocupação com a segurança pública no Estado de São Paulo ficou evidente a partir de suas primeiras manifestações, pretendo expor-lhe a gravidade representada pelo déficit de 811 policiais civis na região de Ribeirão Preto, que é subordinada ao Departamento de Polícia Judiciária do Interior Três (Deinter 3) e envolve 93 municípios.
Esses dados constam de levantamento feito pelo Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo (Sindpesp), divulgado no último dia 15/1 pelo jornal Tribuna de Ribeirão Preto. Segundo a presidente do Sindpesp, delegada Raquel Kobashi Gallinatti, existem na região da Deinter 3 (formada pelas subdelegacias seccionais de Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos, Bebedouro, Franca, São Carlos, São Joaquim da Barra e Sertãozinho) 2.313 cargos para as funções de delegado, escrivão, investigador, agente policial e carcereiros, mas apenas 1.502 estão ocupados – quase 65% do total –, sendo ainda maior a carência em relação à carreira de escrivão, com déficit de 198 profissionais.
Os números, explicita a delegada, estão aí para demonstrar o déficit, faltando 50 delegados, 198 escrivães, 343 investigadores, 138 agentes policiais, 23 agentes de telecomunicação, 15 papiloscopistas, 43 auxiliares e papiloscopistas e um carcereiro. Esperamos que o governador João Dória freie esse déficit o mais depressa possível. É preciso investimento real para que uma efetiva política de segurança pública seja implementada.
Em todo o Estado de São Paulo, segundo dados atualizados até 31/12 último, o déficit na Polícia Civil paulista é de 13.479 profissionais, representando 32,16% do total de vagas previstas em lei, sendo 128 cargos a mais que o apresentado no levantamento do mês de novembro. Comparado ao mesmo período do ano anterior, o déficit aumentou em 19,83% “ considerando-se que em dezembro de 2017 a defasagem era de 11.248 policiais civis. Faltam hoje 762 delegados de polícia, ou seja: 22% das vagas previstas para o Estado começaram 2019 sem ocupantes.
Nas outras carreiras faltam 3.146 investigadores, 3.009 escrivães, 943 agentes policiais, 874 agentes de telecomunicações, 308 papiloscopistas, 284 médicos legistas, 330 peritos criminais, 46 desenhistas, 137 atendentes de necrotério, 20 auxiliares de necrotério e 155 fotógrafos.
Outro dado relevante: a seccional de Ribeirão Preto também atende as cidades de Altinópolis, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Guatapará, Jardinópolis, Luiz Antônio, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, São Simão, Serra Azul, Serrana e Santo Antônio da Alegria.
O governador João Dória, vale registrar, começou muito bem o seu governo ao equipar nossa polícia com armamentos de última geração. Cabe-lhe agora, entendo eu, cuidar de suprir as vagas existentes para tornar ainda mais eficaz o combate à criminalidade na região de Ribeirão Preto e em todas as regiões paulistas.