Sempre que se inicia uma gestão presidencial, nem tudo corre dentro de uma expectativa favorável, onde alguns imprevistos estarão sujeitos a acontecer e, nessas condições, tivemos alguns exemplos do passado, iniciando pelo ex-presidente Getúlio Vargas ao nomear o irmão Benjamim Vargas como chefe de polícia. Foi o pretexto para se desencadear uma crise política.
Outro exemplo tivemos com o ex-presidente Fernando Collor de Melo com denúncias do próprio irmão Pedro Collor de Mello, onde teve início a mais uma crise e com outras denúncias, entre elas, conhecida como “ Casa da Dinda”, deu início às investigações, através de uma comissão, onde apurou os fatos e culminaram com o impeachment que, por sinal, já era esperado por todos, mormente com o bloqueio do dinheiro e das aplicações dos investidores.
Um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ao criticar em público o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), que teria autorizado verba pública nas eleições a candidatos “laranjas”, deixou os auxiliares do governo perplexos e preocupados com a intromissão em assuntos do governo federal.
Na avaliação de assessores, e no instante em que o presidente recebeu alta médica, todos sabem que voltou a despachar dias atrás, dedicando-se à rotina normal dessa função, sendo que, na ótica de alguns auxiliares, Jair Bolsonaro precisa chamar a atenção dos filhos e repreendê-los, no sentido de delimentar a influência de cada um.
Para muitos ligados ao governo, além de assessores, a atitude de Carlos Bolsonaro publicar um áudio do pai no twitter e intensificar a saída de um ministro de estado, principalmente pelo fato de ser muito próximo do presidente, esse acabou dando um aval à saída do ex-secretário Gustavo Bebianno. Resta saber o que virá pela frente depois dessa decisão de Bolsonaro.
Auxiliares próximos do presidente concordam ser hora de Bolsonaro chamar os filhos para conversar e adverti-los de que cada um deve se ater aos respectivos trabalhos. Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no senado, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na Câmara dos Deputados e Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Segundo apurou o Uol, Carlos e Eduardo são desafetos de Bebianno desde a campanha eleitoral do próprio pai. Outros integrantes do círculo íntimo de Bolsonaro, que hoje despacha do Palácio do Planalto, também já se desentenderam com o ex-ministro. O problema, de acordo com auxiliares, vem ocorrendo desde a campanha do presidente e os atritos permanecem.
“Estamos meio que sem saber o que fazer, disse outro assessor à reportagem. Ninguém esperava essa crítica do Carlos e muito menos do presidente”. Agora, todos estão de olho, porque ele, Bolsonaro, fez isso com Bebianno. O que poderá fazer com outros? Disse outro assessor à reportagem.
A fim de tratar colocar um ponto final na crise, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional e um dos principais conselheiros de Bolsonaro, general Augusto Heleno, foi escalado para pedir maior reflexão ao presidente.
Os filhos, por sua vez, são um problema de cada família. Eu tenho certeza de que o presidente em momento certo vai botar ordem na rapaziada, disse o ministro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM), outro intermediário e interlocutor entre Bolsonaro e Bebianno.
Afinal, temos a impressão de que é o que todos esperam, pois acima de tudo está o interesse da Nação em se desenvolver em todos os ângulos de progresso efetivo, onde as divergências e atritos devem ser extintos de um vez por todas, com esperança plena de que novos fatos não venham a surgir durante a gestão presidencial e que esteja em sintonia com o Senado e com a Câmara dos Deputados.