Os avanços da 4ª Revolução Industrial são perceptíveis e inevitáveis. Dentre os exemplos da computação quântica, Internet das coisas, Impressão 3D, Robótica, a Inteligência Artificial acena com o mundo realmente novo. Aquele da ficção científica a mais audaciosa, sequer imaginada pelos futurólogos.
Ela já está nos smartphones, cujos logaritmos completam nossa ideia antes mesmo de a externarmos. Ela também permite a disseminação de aplicativos que respondem às necessidades humanas, sem que seja preciso alocar pessoas para isso. É graças à IA que os robôs cozinheiros farão a comida e os robôs copeiros a servirão.
Para Stephen Wolfram, sumidade em IA, autor do livro “A New Kind of Science” (uma nova espécie de ciência, em tradução livre), ela mudará até a política. Se todos pudermos exprimir nossas preferências, o conjunto de informações alimentará um enorme sistema de IA e este resolverá o que fazer. Ou seja: quem o melhor candidato, em quem e por que votar, etc.
Por isso é que as crianças devem começar a aprender programação o mais cedo possível. As novas gerações terão o pensamento computacional como a principal habilidade para separar quem terá sucesso na vida e quem ficará à margem do desenvolvimento. O dramático é que a maior parte das escolas ainda não começou a ensinar isso.
A Inteligência Artificial ainda não inventou uma “máquina de ensinar”. Mas ela pode resolver o grande nó da educação, que é ministrar a crianças irrepetíveis, todas heterogêneas entre si, o mesmo conteúdo. E esperar que elas aproveitem, com igualdade de condições, tal ensino anacrônico.
A educação tem de ser individualizada e a IA pode ajudar a personalizar o ensino. Já é possível criar sistemas que prevejam, a partir das respostas anteriores, como o aluno responderá à próxima. Isso identificará o espaço da dúvida na cabeça do aprendiz.
A realidade aumentada é outro campo que facilitará a vida humana. Haverá dispositivos que ouvirão o que eu digo – e até o que penso – e me orientará a fazer isto ou aquilo. Administrar todas as informações sobre as pessoas significa ajuda-las ou manipula-las. O melhor é estar atento, conhecer a realidade, humanizar as descobertas, tentar domesticar as conquistas tecnológicas, sempre a serviço do ser humano e do humanismo. A máquina nunca superará o homem se este se mantiver vigilante. O principal é saber responder à questão permanente: tudo o que é possível deve ser feito? Há limites éticos para a implementação de todas as descobertas humanas?