W. A. Cuin
“- Qual a finalidade da reencarnação?
— Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça”. (Questão 167, de “O Livro dos Espíritos” - Allan Kardec).
A reencarnação, isto é, o retorno do Espírito em um novo corpo, para mais uma existência na terra não se caracteriza como prerrogativa dos espíritas ou daqueles que tem plena consciência das vidas sucessivas, mas lei inquestionável da Providência Divina, que açambarca todos os filhos de Deus.
Criados que fomos, pelo Pai Celestial, simples e ignorantes, com a proposta de alcançarmos a perfeição, vamos, paulatinamente, mediante os esforços que empreendemos, obviamente com a colaboração das leis universais, atingindo os nossos objetivos.
Mas como atingir os píncaros do conhecimento, da bondade, do amor, da humildade e de todas as qualidades indispensáveis ao sólido estado de perfeição, em uma só existência aqui neste planeta?
Obviamente, tal empreitada seria humanamente impossível. Daí o sábio Código Divino ter instituído as reencarnações, que nada mais são do que etapas de trabalho e aprendizado, a exemplo de um educandário que ano a ano promove os seus educandos para as séries posteriores.
Em cada série o aluno se aperfeiçoa em determinadas matérias, assim o Espírito, na sua longa jornada de progresso, em cada reencarnação se aprimora em certos aspectos da sua vida.
Em realidade o processo reencarnatório tem duas nítidas metas; oferecer ao Espírito reencarnante a possibilidade de viver novas e oportunas experiências e também vivenciar chances de redimir e reparar os equívocos e erros do passado.
Como numa reencarnação, zelosos, podemos aproveitar devidamente a pauta de trabalho apresentada, avançando rumo ao progresso, também, descuidados, podemos perder as oportunidades oferecidas, caindo na vala sombria dos enganos, acarretando sérios prejuízos para a nossa caminhada.
Sendo as leis de Deus de imenso amor e sábia justiça e jamais de punições e castigos, outra vez se apresentam oferecendo novas oportunidades para que refaçamos o nosso caminho e encetemos outras direções para as nossas vidas.
Um pai amoroso, consciente e responsável jamais fecha a porta do arrependimento aos seus filhos e nem se compraz em vê-los sofrer, e ao invés de definir a sorte deles após alguns anos de enganos, se esmera em estender as mãos aos rebentos desajustados, objetivando reerguê-los para uma caminhada digna, honrada e feliz.
A reencarnação não é um castigo, mas sim um imenso campo de labor e de estudos, que se aproveitados, devidamente, abrem notórias e incalculáveis possibilidades de ascensão espiritual a todos nós, que sonhamos com a paz verdadeira e com a felicidade definitiva.
Portanto, não se trata de uma realidade para ser ou não ser acreditada, mas sim de uma lei natural, que no contexto de uma lógica nítida, esclarece as diferenças existentes entre as criaturas humanas.
Por que uns sofrem mais que outros? Por que uns são mais saudáveis que outros? Porque uns vivem mais felizes que outros? Seria Deus caprichoso e injusto? Se vivêssemos uma única existência na terra e a nossa sorte fosse definida após essa existência, a conclusão, obviamente, seria essa... um Deus parcial e indiferente.
No entanto, tudo fica muito claro, muito evidente e totalmente compreensível, quando entendemos o processo reencarnatório, aonde através das sucessivas reencarnações, aos poucos, vamos edificando a estrutura da nossa perfeição. Então, escorados por essa insofismável realidade, vemos um Deus de amor, de oportunidades, um Pai fraterno e sumamente justo, permitindo que cada filho faça o seu próprio caminho, sob o amparo de suas abençoadas mãos.
Reflitamos.