W. A. Cuin
“Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor”. (Emmanuel, no Livro “Fonte Viva”, psicografia de Francisco C. Xavier, item 74).
Observando a história da humanidade encontramos a dedicação e o esforço de Gandi, lutando incansavelmente, até a morte, pela liberdade e dignidade do povo indiano.
Percebemos o empenho e o devotamento de Martin Luther King, nos Estados Unidos, combatendo o preconceito racial, morrendo por essa causa nobre e urgente, para que negros e brancos pudessem andar pela mesma calçada.
Identificamos a determinação e a perseverança de Albert Sabin, morando praticamente dentro de laboratórios, para encontrar a solução medicamentosa que resolvesse o problema da paralisia infantil, oferecendo melhores condições de vida a tantas crianças acometidas desse terrível mal.
Vislumbramos o amor e a renúncia de Madre Tereza de Calcutá, dedicando a vida inteira em trabalhos humanitários que ajudaram milhares de criaturas sofridas nos paises do oriente médio.
Deparamos com a solidariedade e altruísmo da Irmã Dulce, na Bahia, que mesmo enfrentando grandes limitações físicas e problemas de saúde, zelou carinhosamente pelas crianças e famílias carentes, em Salvador.
Encontramos a fraternidade e a coragem de Francisco Candido Xavier, em Minas Gerais, oferecendo a humanidade, por via mediúnica, mais de quatrocentos livros, falando que a vida continua depois da morte do corpo físico, sobre a comunicabilidade dos Espíritos, sobre a reencarnação, lei de causa e efeito e tanto mais, mostrando ao mundo a lógica e o dinamismo da vida.
Todas essas personalidades, revestidas de imenso amor e conscientes da necessidade de informar, ensinar e conduzir a humanidade, trabalharam com firmeza, sem cansaço ou desânimo, em busca de um mundo melhor, mais humano e fraterno. Sofreram muito pelo ideal que carregaram, foram até ao sacrifício pelo bem dos homens e nunca recuaram diante dos obstáculos que surgiram pela frente. Deixaram-nos um grande e profundo exemplo de como devemos seguir nossos dias pelos caminhos da vida.
Por certo, a sociedade de paz e serenidade que desejamos construir só será possível com o empenho e a participação de cada um. Façamos a nossa parte e não nos preocupemos se os outros estão fazendo, pois foi pensando assim que as personalidades que citamos agiram. Trabalharam, fizeram, realizaram, construíram e beneficiaram, mesmo com imensos sacrifícios, sem esperar recompensas ou aplausos, como verdadeiros cristãos, pois se espelharam em Jesus, que veio à Terra para nos deixar um legado de como amar ao próximo como a nós mesmo e fazer ao irmão do caminho aquilo que desejamos para nós.
Jesus também se dedicou aos homens até ao sacrifício.
E nós, que clamamos tanto por uma sociedade mais fraterna e solidária, que sacrifico estamos fazendo para que tal intento se concretize?
Que ações estamos desencadeando ou que obras estamos realizando em favor do bem comum?
Em realidade, o que de extraordinário estamos desempenhando?
A violência continua grande, inclusive dentro dos lares, a fome preocupa milhares de criaturas, crianças e jovens muitas vezes caminham sem rumo, chefes de famílias procuram por emprego, idosos sofrem ao abandono, mães choram pela ausência de recursos mínimos que possam socorrer os filhinhos, doenças assustam muitos irmãos, a toxicomania destrói vidas jovens, a indiferença pelos valores reais da vida tem feito muitas vítimas e muito mais.
O que estamos fazendo?
Pensar em nós e em nossa família é obrigação, é justo, mas não declinar preocupação com o próximo objetivando ajudá-lo, no clima da solidariedade, diante de tantas necessidades que apresenta, é egoísmo. Reflitamos.