Em nossas relações precisamos ter consciência de que sentimentos constantes e obsessivos de culpa nos fragilizam e nos fazem perder a noção do que é certo ou errado. A dinâmica do jogo da culpa é perversa, levando-nos ora a ser vítimas, ora perseguidor, ora libertador, numa dança de insanidades, na qual pais e filhos judiam-se afetivamente, mantendo sob pressão suas vontades e desejos, tornando-se presos ou confiscados.
A culpa gera invariavelmente sentimentos de raiva, medo, descontrole, vergonha, autopunição, segredo eterno e falta de espontaneidade, que nos levam constantemente a um estado de ansiedade ou depressão e muitas vezes à passividade... Falta de coragem. Culpar o outro pelo que nos acontece causa alívio e minimiza o peso das escolhas feitas e, ao aceitar acusações inicia-se uma batalha essencialmente inútil. Porém, é necessário o discernimento de que, se somos acusados pelo dependente químico, é para que ele possa defender-se e descarregar um pouco de sua vergonha e remorso, porém só conseguiremos deixar de acusar e sermos acusados, quando nos propusermos a fazer uma análise de nossas vidas, sabendo que, reagimos para não agir. Reagimos porque não temos forças para dizer sim ou não; reagimos para não sair da zona de conforto provocada pela dor embutida. Então, entregamo-nos às pressões, pagamos a dívida, a fiança, à comunidade terapêutica. Pagamos com doenças psicossomáticas, as dores do corpo e do espírito que nos cegam e distorcem os fatos. Precisamos nos despir da carga negativa dos sentimentos que nos impedem de agir.
O que nos impulsiona para frente? Somente o reconhecimento de nossas responsabilidades. Tudo o mais é atalho, a roda viva das reações. Somente a responsabilidade nos chama à ação. “Não somos culpados, somos sim responsáveis”, diz Amor-Exigente insistentemente e, continua nos ensinando que temos a responsabilidade de carregar apenas uma determinada pessoa: EU. São os comportamentos escolhidos e as ações lúcidas, a espiritualidade pluralista, que nos levam a uma melhor qualidade de vida. Não nos tornamos perfeitos agindo certo, e seria um engano pensar que passaremos a mergulhar profundamente na solução dos problemas, de forma definitiva. Nossos acertos são como uma alavanca que nos joga para cima. E os tropeços? São inerentes na busca de nos tornarmos cada vez mais responsáveis e verdadeiros. E o futuro? Será feito de nossas ações concretas do presente. Sendo assim, não haverá negligência nem imprudência que é o que nos torna verdadeiramente culpados.
Chega de vitimismo! Chega de medo de mudanças, chega de medo do futuro, chega de “se você me amasse...” Clarice Lispector, conceituada escritora, dizia: “Eu tenho medos bobos e coragens absurdas...”. Pensemos nisso... Já aprendemos que a culpa e o medo paralisam e retardam nosso processo de libertação. A maturidade vem sem etiqueta de preço. Amar sem culpa é a única forma de crescer para se amar, se aceitar e para viver em paz com aquilo que não podemos modificar.
Reuniões em Votuporanga – SP
Quintas-feiras, às 14 horas
Igreja São Benedito e Nossa Senhora de Fátima
Sala do Centro Pastoral.
? Quintas-feiras, às 20 horas
Rua São Paulo, 3577 (entrada pela Rua Alagoas)
=Salão Paroquial da Catedral=
(17) 98163-4546 (WhatsApp)
Venha participar!