Devido à instabilidade econômica vivida na década de noventa em nosso país, os brasileiros ainda não desenvolveram uma compreensão da importância dos investimentos. Inflação alta, congelamento das contas na caderneta de poupança foram algumas das ações que fizeram com que os brasileiros se tornassem imediatistas, ou seja, gastam o dinheiro com antecedência devido ao receio de que ele perca o valor, ou pior, temem ser proibidos pelo governo de resgatá-lo, como ocorreu no Governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo, nesta mesma década.
A maioria dos brasileiros não tem o costume de pensar no futuro, em como será a sua velhice e, por não se prevenirem para ter tranquilidade nessa fase, acabam por passar muitas dificuldades no momento em que são idosos, tendo que comprar remédios caros, pagar plano de saúde, entre outros problemas.
Outro campo em que os brasileiros não têm o devido cuidado é o orçamento doméstico. Muitas vezes gastam bem mais do que recebem e, por esse motivo, ficam no vermelho mês após mês, criando uma enorme bola de neve. Assim, por não verem outra solução, acabam contraindo empréstimos para cobrir tais déficits no orçamento, o que no final só piora ano após ano.
Em decorrência dessa falta de controle em seu orçamento doméstico, acabam por não poupar e, por não poupar, não investem e, por não investirem, não buscam conhecer melhor as possibilidades de investimento. Isso se torna um ciclo vicioso que não traz nenhum tipo de benefício às famílias brasileiras.
Nesse contexto, a educação financeira se mostra de extrema importância para o cenário econômico de um país, pois através dela seria possível as famílias terem mais controle sobre seus orçamentos domésticos, gastando menos do que recebem, ocasionando uma sobra de receita que propiciaria uma criação de recurso. Consequentemente, com esse recurso, eles buscariam por melhores formas de investimento.
Um futuro tranquilo é reflexo de um processo de planejamento de investimentos. As famílias também deveriam educar os filhos para isso, no entanto, o caso mais comum é uma criança pedir algo para os pais, receber o não, insistir, e, no final, obter o produto desejado (doces, brinquedos, aparelhos eletrônicos etc). Como resultado disso, por não ter noção do esforço necessário para comprar qualquer objeto, ela não dá valor ao que adquiriu e sabe que, sempre que insiste, consegue o que deseja.
As crianças precisam ser educadas para conhecer o “valor” do dinheiro, por exemplo, compreendendo que o brinquedo deve ser conservado e guardado no local correto. Ao obter o conhecimento de que para ter outro “bem” precisam conquistar, organizar, estudar, irão adquirindo disciplina para alcançar suas metas.
Acredito que, pelo seu grau de importância, a educação financeira deve ser inserida desde a educação infantil até a vida adulta, pois somente assim teremos adultos menos frustrados e menos famílias destruídas pela má administração de recursos financeiros.
Você proporciona educação financeira a seus filhos?