Enganam os que acreditam que um dia uma população poderá se organizar para o bem da cidade, do estado ou do país. O embate entre as classes será eterno e cada vez mais acirrada enquanto houver maior organização e consciência. Deem o nome que quiser: direita, esquerda, capitalista, anarquista, comunista. Não importa o lado ou o nome, sempre haverá conflitos de interesses. Uns defendem uma justiça social com uma visão que não é a mesma do outro que acredita na meritocracia. Há quem defenda com unhas e dentes o lucro, sem se importar como ele chega, ou seja, o importante é o fim, sem se importar com os meios. Muitos combatem com veemência esta posição, olhando para os mais pobres e sem condições de disputar cargos com os mais ricos.
O anarquismo já se organizou e chegou a predominar numa boa região no México por um tempo até que razoável, mas os pensamentos antagônicos, mesmo daqueles que estavam no mesmo lado, enfraqueceram o sistema e eles foram derrotados, massacrados e sem qualquer condições de se recuperar. Se olharmos para os comunistas vamos ver que mesmo dentro destes integrantes, havia muita divergência. Então a questão não é o confronto da esquerda com a direita.
Existem manifestações populares com tantas palavras de ordem e tão desconexas, que não se pode dizer que haja ali um grupo, mesmo estando todos juntos. O problema é do homem, do indivíduo e aí temos vários pensamentos e graus de ética. Tem o que luta por uma causa, mesmo tendo no seu cerne a luta pelo coletivo, pensando na sua condição. Outros acham que a justiça social é bom para todos, inclusive para eles.
Vemos no mundo as trocas de cadeiras, passando de extrema direita para extrema esquerda e depois voltando para a direita. Quem está certo? Quem tem razão? Ninguém é dono da verdade. Um líder precisa saber conduzir os seus aliados e Maquiavel deixa isto bem claro no seu livro “O Príncipe”. Ninguém agradará a todos, mas uns são mais hábeis e outros sem tato para as conversações.
E não me venham dizer que você luta para o bem do Brasil. A sua luta é para o bem da classe que você pertence, pois não há fórmula mágica para dizer o que é o melhor. Claro que temos países com índices elevadíssimos de qualidade de vida, mas aí já são outros quinhentos, pois envolvem, tamanho geográfico, populacional, cultural e por aí vai. No Japão, onde há um imperador, os homicídios não existem e até a polícia anda desarmada. Mas é o Japão e não todos os países com imperadores.
Por isso, esqueça que um dia teremos um país ideal, pois poderá até ser ideal para você, mas para outros poderá ser o inferno.