Centro da cidade, você existe!
Imagino preocupar, todas as manhãs, estando sempre muito ocupado com seus horários; de segundas a sextas feiras, grandes correrias!
Pouco mais tarde, sozinho, com sua pasta com papéis, olhar perdido entre as multidões, indo e vindo pelas ruas!
Ah que cidade grande e ao mesmo tempo se faz pequena diante a tristeza que apresenta em seu coração, as tardes, todas tardes!
Sente falta de alguma coisa, que será?
Parece que foi tudo perfeito no dia, todos os dias, missão cumprida! Mas só de dia!
O que acontece depois? Por que a tardezinha aquela tristeza, parece não ter nenhum motivo aparente!
Mas de repente, imagina uma vida diferente com a que leva, desenhando em sua mente, maravilhosos momentos, horas, dias que nunca teve a chance de viver, devido aos seus tumultuados dias!
Agora está alí, velho, não tão velho; mas cansado, muito cansado!
Como gostaria de voltar ao seu tempo, que foi perdido, passou despercebidamente!
Nossa! Que depressa!
Parece que foi ontem que conseguiu aquele emprego, com um trabalho que queria tanto; foi tão difícil conseguir, com tanta competitividade!
Quantas coisas fez em seu trabalho com carinho!
Tudo o que poderia fazer, para o desenvolvimento da sua cidade, do seu País, sua parte, ele fez!
Mas e agora? Aquele vazio? O que deixou de fazer?
Percebe que algo não foi feito, como parecia, ficou para traz alguma coisa, não se lembra o que!
Eis que vê no céu uma estrela cadente, linda, riscando o céu, com aquele flash de luz que quando se vê, fica paralisado e perplexo com a beleza!
Momentos em que a mente registra e sempre volta a mostrar como num filme extraordinário!
Já está noite, ele se nota; ainda sentado naquele banco, na praça enfrente seu trabalho!
Agora compreende o que faltou!
Aquela luz, não está em seu interior, aquela que quando a vê nunca esquece, nunca procurou! Não teve tempo?
E agora depois de tantos anos vividos, gostaria de procurar, mas será que ainda há tempo?
Começa a procurar, mas sente que suas pernas estão enfraquecidas, vê a luz ao longe; aquela que só agora resolveu procurar! Depois de tudo, só depois!
A vê se afastando, afastando... e não pode mais alcançar, já não dá mais, eis que seu tempo se acabou, termina neste momento e cai ao solo, tentando esticar seus braços e um fio de voz implorando para não o abandonar!