Desde há muito se nota que a presença dos andarilhos vem tomando dimensão a cada dia que se sucede, uma situação, pelo menos de momento de difícil solução, porque se estende no Brasil inteiro, onde se concentra nas partes centrais de cada cidade, principalmente nos logradouros públicos.
Vivendo em condições precárias pelas ruas de cada cidade, este é o quadro em que se encontra a situação dos andarilhos, muitas vezes deitados em bancos de jardim, às vezes, nas proximidades de prédios abandonados ou desocupados, ingerindo bebidas alcoólicas ou usando drogas em locais públicos, esses homens e mulheres sempre incomodam a quem passa ao seu lado, pedindo dinheiro para compra de bebidas ou cigarros.
Geralmente, quando os semáforos se apresentam na cor vermelha, eles se aproveitam da situação para abordar condutores de veículos com a finalidade de se conseguir algumas moedas para suas necessidades; alguns procurando vender alguma coisa sem a transparência na condição de andarilho. Esses merecem nossos aplausos, pois tentam sobreviver de uma forma mais digna.
Há os que promovem espetáculo circense, quando os semáforos, mais uma vez se apresentam na cor vermelha, com a finalidade de ganharem alguns trocados, apesar de que a habilidade artística é admirada, mesmo por parte dos condutores de veículos, mas não representa futuro a esses jovens que assim procedem.
O problema enfocado atinge mais diretamente os municípios e as cidades, onde o poder público faz o que pode, mas deixa muito a desejar, visando a redução desse quadro, porém, de outro lado, cabe ao poder legislativo, através dos vereadores e mesmo através do poder executivo, alguma fórmula de assistir essas pessoas, encaminhando-as a algum setor para o desempenho de alguma ocupação.
Percebe-se que se tratam de pessoas que variam de 30 a 40 anos de idade, portanto, em condições de trabalho e de serem úteis à própria sociedade, desde que as autoridades tomem alguma posição, visando, efetivamente, resolver em parte o quadro em que vive os andarilhos de todo o país.
Entendemos ser de responsabilidade do poder executivo, juntamente com o apoio do governo do Estado, no sentido de construírem locais adequados, onde essas pessoas possam viver com um pouco de dignidade, assistidas por profissionais ligados a Assistência Social, mas desde que seja analisado caso a caso, que é a situação daqueles que gozam saúde e em condições de exercer alguma atividade profissional.
Porém, de momento, nem o poder executivo e nem o governo do Estado estejam aparelhados, no sentido de fazer com que a situação dos andarilhos seja parcialmente extinta, pois há outras prioridades fundamentais e indispensáveis na condução da máquina administrativa.
Um dos problemas mais cruciantes é a dificuldade de encaminhar andarilhos e moradores de rua a um rumo melhor nas suas vidas, pois se torna importante ressaltar que a maioria dessas pessoas não tem documentos de identificação e sempre estão embriagadas, principalmente sob o efeito de drogas ou entorpecentes, o que é simplesmente lamentável.
Além desse aspecto, preferem seguir nas ruas sob efeito do álcool do que se manter recolhidas em Albergue Municipal provisoriamente, até surgir alguma colocação no mercado de trabalho, desde que os hábitos da bebida e das drogas sejam extintos.
Em meio a esse contingente de pessoas desencaminhadas, há aqueles que se entregam à indigência, isto é, quando perdem o contato com familiares e não sabem o que querem na cidade onde se encontram. São pessoas difíceis de lidar e muitas delas são agressivas, sem a mínima possibilidade de diálogo para o bem delas.
Este, afinal, é o panorama em que se encontra a situação dos andarilhos em termos de Brasil, um problema social de difícil solução e que depende de muito esforço e dedicação por parte das autoridades competentes e do poder público.