Oba Festival é responsável por movimentar cerca de R$ 50 milhões na economia local durante os quatro dias de evento
Sem o evento que arrasta multidões todos os anos, hotéis e comércio de Votuporanga contabilizam prejuízos neste ano (Foto: Divulgação/Oba Festival)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Mais do que uma “simples” festa, o Oba Festival é responsável por movimentar cerca de R$ 50 milhões na economia local durante os quatro dias de evento, além de gerar, diretamente, mais de 1.200 empregos diretos e outras centenas de indiretos, tanto na rede hoteleira de Votuporanga quanto na da região, comércio, alimentação e transporte. Com o seu adiamento, esses setores agora contabilizam os prejuízos.
De acordo com a ACV (Associação Comercial de Votuporanga) o Carnaval é uma data muito importante para o comércio, por conta dos turistas que visitam a cidade e também do tempo extra que consumidores da cidade e região têm para ir ao comércio. Segundo a associação, os setores de bares, restaurantes e hotelaria, além de salões de beleza, serão os mais afetados.
“Com o adiamento da festa, os resultados para o mês serão diferentes dos últimos anos. Acreditamos que a realização da festa em novo momento, com segurança para todos, contribuirá com a economia local e regional, já que o Oba Festival coloca Votuporanga como um dos destinos mais procurados do País, para a festa”, disse a ACV, em nota.
Hotéis
Para exemplificar o tamanho do rombo que o adiamento da festa vai causar na economia de Votuporanga, o jornal A Cidade conversou com gerentes e responsáveis por hotéis na cidade, que relataram perdas gigantescas.
No Ville Hotel Gramadão, por exemplo, segundo a administradora Silvia Dornelas, o prejuízo estimado é de mais de R$ 280 mil, recurso que sempre foi utilizado para melhorias no hotel.
“No Carnaval a gente sempre trabalha com pacotes especiais e ao longo de todos esses anos de Oba nós nunca ficamos com um único apartamento vago. Mas não somos só nós que estamos perdendo, mas sim a cidade inteira, as pessoas que trabalham no evento, enfim, o impacto é enorme”, disse.
A mesma situação que relatou o gerente do Hotel Revitalle, Alexandre Zarpelão. Hoje era para os 110 leitos do estabelecimento estarem todos ocupados, realidade bem distinta da atual.
“Durante o Carnaval nós temos em quatro dias o faturamento de um mês inteiro. O cancelamento acabou atrapalhando todo o nosso planejamento anual, principalmente em relação a investimentos, pois a gente usa o dinheiro do Carnaval para investir em melhorias no hotel”, completou.
Já para Lucas Ferrari Castrequini, gerente do Hotel Vale do Sol, diante da atual situação a saída é economizar. “Felizmente nós ainda temos o setor empresarial e de pessoas que vêm para cidade para prestar serviços, é isso que mantém o nosso movimento. O Carnaval é um extra que nos dá um gás a mais para investimentos no hotel, sem isso a melhor saída é economizar”, completou.
Transporte
Taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos também perderam uma das principais datas de rendimento. Jeremias Oliveira do Nascimento fez o transporte de passageiros para o Carnaval para um aplicativo de mobilidade urbana e já estava se programando para o mesmo trabalho este ano.
“Nós tivemos problemas com muitos motoristas clandestinos e de fora no ano passado, mas mesmo assim deu para fazer um caixa bem legal. Isso criou uma expectativa positiva para este ano, mas infelizmente vai ter que ficar para depois”, disse ele.
No ano passado, segundo organizadores, mais de 80 mil pessoas passaram pelo Centro de Eventos nos quatro dias de festa.