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Cidade
‘Vamos respeitar e amar mais’, diz fonoaudióloga especialista em autismo
Amanhã é Dia Mundial da Conscientização do Autismo e a Cidade FM conversou com Ana Paula Fernandes, especialista no transtorno
A fonoaudióloga Ana Paula Fernandes explicou (e desmistificou) alguns pontos sobre o autismo; na foto ela está ao lado de Ardegal Cardoso Junior em tratamento com ela há 9 anos (Foto: Reprodução)
O autismo é um dos assuntos em voga no momento e isso deve, em partes, ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado amanhã, dia 02 de abril. Para celebrar a data, a rádio Cidade FM convidou a fonoaudióloga Ana Paula Segura Fernandes - que é especialista no transtorno e atua na área há 14 anos - para falar sobre o assunto.
A fonoaudióloga aproveitou a oportunidade para explicar (e desmistificar) alguns pontos sobre o autismo, bem como porquê o assunto anda em alta – para além do dia mundial voltado à “causa”. “O autismo tem que ser muito respeitado. Hoje em dia, os próprios pais, em alguns casos, não aceitam [o diagnóstico]. Eu, particularmente, não encaro o autismo como uma doença. Na minha clínica, eu sempre falo que não tenho autistas, tenho artistas”, disse a fonoaudióloga, que trabalha, no seu consultório, habilidades para estimular as formas de comunicação desses pacientes, promovendo o desenvolvimento da linguagem e a comunicação social.
Em alta
A especialista disse que o autismo anda em alta nas discussões por conta da volta às aulas. “Nós tivemos dois anos de pandemia em que as crianças ficaram muito isoladas dentro de casa, demonstrando comportamentos diferentes, que são as principais características do autismo, mas sem os pais perceberem”, disse.
De volta ao ambiente escolar, com a socialização ocorrendo de maneira presencial, essas crianças – os chamados pela fonoaudióloga “filhos da pandemia” – continuaram demonstrando esses comportamentos, que chamaram a atenção dos profissionais da educação. “Muitos pais achavam que os filhos tinham comportamentos em casa que não teriam na escolinha. Mas não é assim. Ao entrar no ‘mundo da socialização’, a criança demonstra ainda mais as características do autismo”, acrescentou.
Agora, essa situação levou a uma “chuva” de diagnósticos de autismo em crianças na cidade, conforme contou Ana Paula.
Autismo e fonoaudiologia
Os fonoaudiólogos são profissionais especializados no tratamento de linguagem e distúrbios da fala, sendo fundamentais no acompanhamento de pessoas portadoras de TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Ela explica que uma das características do TEA é o comprometimento da linguagem, seja ela oral ou escrita, e também na comunicação verbal ou não verbal. Esses atributos são considerados os primeiros sinais para detectar se a criança está dentro do espectro do autismo.
“Os fonoaudiólogos são terapeutas especializados no tratamento de problemas de linguagem e distúrbios da fala. Ele desempenha um papel importante na inclusão e dos indivíduos com autismo. O especialista vai trabalhar as habilidades sociais e de comunicação do indivíduo, o que possibilitará identificar as dificuldades que serão estimuladas durante o processo terapêutico”, destacou.
Alternativas
Nos casos do autismo, o fonoaudiólogo apresenta variadas alternativas para estimular o paciente, uma delas é o Denver, no qual é utilizado os princípios da ABA (Análise do Comportamento Aplicada) se baseia nos princípios da ciência do comportamento e oferece o passo a passo para atuar em conceitos específicos. No caso das crianças, as atividades devem acontecer em ambientes com interações dinâmicas e positivas, isso porque a relação entre o profissional e a criança necessita ser afetiva e de confiança.
De acordo com Ana Paula, assim que o paciente recebe o diagnóstico de autismo, é muito importante a família procurar um fonoaudiólogo, já que é o profissional que irá avaliar as melhores formas de contribuir com a comunicação na melhor qualidade de vida da pessoa. As atividades vão desde exercícios para o fortalecimento de músculos da boca, mandíbulas e pescoço até compreensão da linguagem corporal.
“É importante consultar com um especialista logo que surgir os primeiros atrasos de fala da criança. Assim que o diagnostico for feito já é possível introduzir alternativas para o desenvolvimento habilidades de pessoas portadoras de TEA. O fonoaudiólogo pode contribuir com o aprendizado do autista, é trabalhado todas as formas de comunicação da criança, principalmente leitura e escrita, além da técnica de Comunicação Ampliada e Alternativa, que inclui todas as formas que podem ser usadas para expressar pensamentos, necessidades e desejos”, salientou.
A clínica da fonoaudióloga Ana Paula está localizada na avenida Prestes Maia, n° 2636, em Votuporanga, porém ela também desenvolve os atendimentos no município de Valentim Gentil. O atendimento é feito para todas as idades, com os métodos de Denver e ABA, além dos testes da linguinha e orelhinha.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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