Nível da ocupação dos homens foi estimado em 63,5% no primeiro trimestre, enquanto o das mulheres ficou em 44,5% (Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini)
A taxa de desemprego entre as mulheres brasileiras foi de 14,5% no primeiro trimestre do ano, 39,4% superior à taxa de desocupação de 10,4% dos homens. Na média global, a taxa de desemprego foi de 12,2% no primeiro trimestre.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 15.
"Essa diferença (entre homens e mulheres) já foi muito maior, de 64,5% no início da série, veio caindo, chegou a 27,6% em 2017, e veio aumentando até agora", disse Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Renda do IBGE.
O nível da ocupação dos homens foi estimado em 63,5% no primeiro trimestre, enquanto o das mulheres ficou em 44,5%.
À procura de trabalho
No primeiro trimestre de 2020, o País tinha 3,1 milhões de pessoas em busca de emprego por dois anos ou mais, segundo a mesma Pnad Contínua. No quarto trimestre de 2019, esse contingente era de 2,9 milhões de desempregados em busca de uma vaga há tanto tempo. Em um trimestre, 200 mil pessoas a mais passaram a essa condição.
Em relação ao primeiro trimestre de 2019, diminuiu em 7,4% o contingente de desempregados há pelo menos dois anos. No primeiro trimestre de 2020, outros 1,614 milhão de trabalhadores procuravam emprego há mais de um ano, mas menos de dois anos.
O grosso dos desempregados no quarto trimestre, 5,847 milhões, estava em busca de uma vaga havia pelo menos um mês, mas menos de um ano. No quarto trimestre de 2019, havia 5,2 milhões de pessoas em busca de emprego há pelo menos um mês mas menos de um ano, cerca de 600 mil pessoas a mais nessa condição.
Na faixa dos que tentavam encontrar um trabalho havia menos de um mês estavam 2,314 milhões de pessoas. O número de desempregados há menos de um mês cresceu 9,8% no primeiro trimestre de 2020 ante o primeiro trimestre de 2019. No quarto trimestre de 2019, havia 1,9 milhão de desempregados nessa condição, ou seja, 400 mil pessoas a mais buscavam emprego há menos de um mês em apenas um trimestre.
"Houve uma tendência de crescimento nas pessoas que procuram emprego há menos tempo", apontou Adriana, Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Informalidade
A taxa de informalidade recuou em todas as grande regiões do País no primeiro trimestre do ano, em relação ao quarto trimestre de 2019. No entanto, o resultado não foi consequência de uma melhora na qualidade do emprego, mas sim da perda de ocupação dos trabalhadores que atuavam na informalidade, afirmou Adriana Beringuy, analista do IBGE.
A taxa de informalidade para o Brasil ficou em 39,9%, abrangendo 36,8 milhões de trabalhadores ocupados. Entre as unidades da federação, as maiores taxas de informalidade foram as do Pará (61,4%) e do Maranhão (61,2%). O estado com a menor taxa de informalidade foi Santa Catarina (26,6%), seguido pelo Distrito Federal (29,8%). No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 30,5% no primeiro trimestre do ano.
"A redução de conta própria e sem carteira (no setor privado) contribuíram para a redução da informalidade. Todas as regiões mostram retração na taxa de informalidade. Não significa que está havendo mais formalização no mercado de trabalho", ressaltou Adriana.
*Diário da Região