G1 conversou com profissionais, que dão dicas de como evitar que esses acidentes ocorram.
Casas com crianças requerem maior atenção. Foto: (Senado/Divulgação/G1)
Durante o isolamento social, as pessoas têm passado mais tempo em casa e, com isso, aumentam as chances de acontecerem acidentes domésticos. Por isso, o G1 conversou com alguns profissionais de Sorocaba (SP) para saber como evitar esses problemas.
De acordo com o Ministério da Saúde, os acidentes domésticos fazem parte da terceira maior causa de óbito entre crianças de 0 a 10 anos e a primeira causa de morte entre crianças de 10 a 18 anos.
Para o coordenador do curso de enfermagem da Universidade de Sorocaba (Uniso), Irineu Contini, a orientação e a precaução são os melhores meios para evitar esses acidentes.
"As principais vítimas desses acidentes são idosos e crianças. Então, é necessário sempre as pessoas, principalmente os pais, estarem orientados para que saibam como agir nessas situações", explica.
Ele reforça que os moradores que vivem sozinhos devem deixar alguém conhecido em alerta para o caso de acontecer alguma emergência, e facilitar a entrada dessa pessoa na residência.
"Para quem mora sozinho, em primeiro lugar deve-se ter um contato de emergência, de preferência que more próximo e que tenha a chave da casa, porque, em caso de algum acidente que a vítima permaneça consciente, possa chamar ajuda sem algum outro problema", diz o professor e enfermeiro.
A estudante Talissa Medeiros precisou ficar mais tempo em casa devido à quarentena. Com isso, ela afirma que toma todos os cuidados necessários para evitar acidentes e sempre fica atenta.
"Sempre busco tirar os equipamentos da tomada quando vou dormir, pois tenho medo que, como uso durante todo o dia, isso possa causar algum problema na fiação. Já na cozinha, sempre deixo as panelas com o cabo virado para dentro do fogão para não ter o perigo de alguém esbarrar e correr o risco de machucar", comenta.
A professora e enfermeira Bruna Gabriela Bibancos também ressalta a atenção com idosos em situações de acidentes dentro de casa.
"No caso dos idosos, é importante estar ciente ao momento de perda de autonomia, e acionar um cuidador, que pode ser algum profissional ou parente, além de medidas complementares, como instalar barras de proteção e apoio no banheiro, retirar tapetes ou móveis que possam causar ou aumentar o risco de acidentes, e outras recomendações que podem ser feitas por um enfermeiro responsável que visite a casa do paciente", relata.
Bruna listou ao G1 alguns cuidados que devem ser tomados para quem possui filho em casa, de acordo com a faixa etária da criança:
Crianças de até 1 ano:
Nunca deixar a criança sozinha;
Grades protetoras no berço;
Baixar o estrado e o colchão do berço, assim que o bebê estiver sentando sem apoio;
Não deixar travesseiros, brinquedos ou objetos soltos no berço;
Espaço entre as grades não deve ser maior do que oito ou nove centímetros;
Andadores não devem ser estimulados.
Crianças entre 1 e 4 anos:
Proteção nas janelas, escadas e travas;
Manter portas trancadas, com acesso à cozinha e lavanderia restrito.
Crianças entre 5 e 9 anos:
Prestar atenção onde anda ou corre;
Cuidado com trânsito.
Crianças acima de 9 anos:
Desencorajar brincadeiras e jogos em varandas ou terraços;
Equipamentos de segurança nas atividades de esporte e lazer;
Evitar atividades sob efeito de medicamentos que produzam sonolência.
Problemas na estrutura
Já com relação a problemas na estrutura da residência, o arquiteto Tiago Oliveira recomenda que os moradores procurem a cada cinco anos um especialista para analisar se é necessário fazer alguma alteração no imóvel.
"Existem vários tipos de acidentes domésticos. Levando em consideração a casa em si, e toda a sua estrutura, podem acontecer acidentes devido à falta de habitabilidade, pois o imóvel pode estar há muito tempo sem uma reforma ou com alguma situação irregular desde a sua construção", explica.
"O ideal é contratar um especialista para fazer vistorias no imóvel a cada cinco anos. É um período bom para fazer alguma reforma ou analisar se há danos na estrutura. Além da reforma, na compra de um imóvel, construção ou qualquer alteração no design interno, até mesmo no layout, o ideal é a contratação de um profissional habilitado para vistoriar e garantir a habitabilidade do edifício", afirma.
O arquiteto ainda explica que, durante a quarentena, como as pessoas passam mais tempo dentro de casa, há a possibilidade de uma melhor análise prévia feita pelo próprio morador, como, por exemplo, na rede elétrica.
"Principalmente em casas mais antigas, onde a rede elétrica também é antiga, pois normalmente casas que foram construídas há 20, 30 anos não foram projetadas para aguentar uma quantidade superior de equipamentos eletrônicos, que demandam mais energia. A tecnologia chegou e, cada vez mais, nossas casas estão abastecidas com equipamentos eletrônicos", completa.
*G1