Instituto cruzou dados de desmate, queimadas e frequência de chuva para mostrar cenário da Amazônia.
Queimadas na Floresta Amazônica — Foto: Nacho Doce/Reuters
Os dez municípios que tiveram mais focos de incêndios florestais em 2019 também são os que tiveram as maiores taxas de desmatamento. Este é o resultado de um estudo apresentado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) nesta semana.
Para isso, os cientistas avaliaram a relação entre:
Focos de incêndio, com base em dados de satélite;
Acumulado de chuvas, com base em um sistema com resolução de aproximadamente 5 km;
Desmatamento, com base no sistema SAD, do Imazon.
De acordo com o novo relatório, a Amazônia está queimando mais em 2019. O instituto diz que "o período seco, por si só, não explica este aumento". O número de focos de incêndio, para a maioria dos estados da Amazônia, já é o maior dos últimos quatro anos.
Os dez municípios da região amazônica que mais registraram queimadas representam 37% dos focos de calor e 43% do desmatamento detectado até julho. Os registros são maiores nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima.Nesta quinta-feira (22), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar profundamente preocupado com os incêndios florestais na floresta amazônica. Ele reforçou que não podemos mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade.
A presidente da Assembleia Geral da ONU, María Fernanda Espinosa, também falou sobre o assunto. Ela citou incêndios florestais pelo mundo e cobrou ações urgentes, dizendo que as florestas são cruciais para enfrentar a mudança do clima.
Além disso, a organização publicou um vídeo tratando especificamente das queimadas e como elas afetam não só a flora e a fauna no local dos focos de incêndio, mas também os efeitos que elas produzem na vida de pessoas que vivem longe de onde elas acontecem.
Na segunda-feira (19), o G1 mostrou que há uma alta de 82% nas queimadas em comparação com o mesmo período do ano passado - entre janeiro e agosto. Metade dos focos está localizada na Amazônia. Outros 30% no Cerrado.