Policiais do Baep conduzem despachante à Central de Flagrantes
O despachante de Rio Preto Silvio Marcos Vieira, 47 anos, foi preso na manhã desta terça-feira, 24, pelo Batalhão de Ações Especiais (Baep) de Rio Preto, durante a Operação Nêmesis, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Patos de Minas (MG), com apoio do Gaeco de Rio Preto. Ele é suspeito de participar de uma quadrilha interestadual especializada em roubo de cargas.
Preso em casa, no Jardim Santo Antônio, Silvio é acusado de inserir dados falsos no sistema do Detran de Minas, para ajudar a quadrilha a legalizar carros e caminhões roubados pelos criminosos. Os veículos, então, ganhavam nova documentação e placas para evitar que fossem localizados pela polícia e pelas vítimas, segundo informações da polícia mineira.
Com base em rastreamento de senha de usuários do sistema do Detran/MG, a polícia conseguiu identificar Silvio como possível solicitante das alterações de documentos. Ele será levado para uma unidade prisional de Minas, onde ficará à disposição para ser interrogado pela polícia mineira.
"Foi desencadeada uma operação interestadual que foi encabeçada pelo Gaeco de Patos de Minas, e em Rio Preto cumprimos um mandado de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão", diz o promotor Tiago Fonseca, do Gaeco de Rio Preto.
Com o despachante, foram apreendidas uma pistola automática, com numeração raspada, 30 munições e uma moto Honda Biz, com placa adulterada. A arma vai passar por perícia no Instituto de Criminalística de Rio Preto, para verificar se foi utilizada em algum crime. A moto foi levada para o pátio de apreensões de Rio Preto. Silvio foi autuado por posse ilegal de arma de fogo.
A operação
A Justiça mineira expediu 71 mandados de busca e apreensão e 42 mandados de prisão. Em Minas, foram cumpridos mandados em Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Serra do Salitre, Araxá, Uberaba, Uberlândia, Sete Lagoas e Monte Carmelo. Já em São Paulo, além de Rio Preto, foram cumpridos mandados em Mairiporã e na Capital.
Segundo o Gaeco, a quadrilha teria participação de servidores públicos de Minas Gerais. O bando é acusado de homicídios, concussão, corrupção, prevaricação, falsidade ideológica, furto e roubo de veículos, de cargas, de fazendas, de estabelecimentos comerciais, receptação e adulteração de sinais identificadores de veículos, cárcere privado, inserção de dados falsos em sistemas de informações dos bancos de dados da administração pública, adulteração de sinal identificador de veículo, lavagem de capitais, falsificação e comercialização de documentos públicos. Tudo para obter vantagem de qualquer natureza.
Para cumprimento dos mandados e sequestro de veículos, foram mobilizados 270 policiais militares, duas aeronaves, drones, cães, agentes do Gaeco de Minas Gerais e de São Paulo, promotores de Justiça, analistas do Ministério Público e servidores do Poder Judiciário.
O nome Nêmesis vem da deusa da mitologia grega do equilíbrio e do destino, que punia o comportamento desviante dos homens que desrespeitavam as leis. Além de ser uma opositora da arrogância e do orgulho, Nêmesis também defendia as pessoas que tinham sido punidas injustamente.
A reportagem entrou em contato com familiares do despachante, que preferiram não comentar o caso. A advogada contratada pela família também não se manifestou, pois disse que ainda não havia se inteirado do caso.