Ele foi solto após passar por audiência de custódia e responderia pelo crime em liberdade, mas foi preso de novo por não pagar pensão alimentícia
Local onde aconteceu o crime na madrugada desta quinta-feira, dia 12
Solto após audiência de custódia, o ajudante de pintor que matou "por engano" um técnico que fazia manutenção em uma torre de telefonia foi preso novamente nesta sexta-feira, 13. Desta vez, o motivo foi um mandado de prisão expedido no dia 23 de novembro, porque ele deixou de pagar pensão alimentícia.
Segundo informações do boletim de ocorrência, V.R.O. foi detido pela Polícia Militar durante um patrulhamento de rotina. Ele foi encaminhado à carceragem da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto, onde permanece à disposição da Justiça.
Além do não pagamento da pensão, o ajudante de pintor também responde pelo assassinato de Francisco Xavier de Paula, 43 anos, funcionário de uma empresa terceirizada que realizava manutenções em uma torre de telefonia celular. O crime aconteceu na madrugada de quinta-feira, 12, em uma propriedade rural do bairro Morada do Sol, em Rio Preto
O crime
Segundo informações do boletim de ocorrência, durante a madrugada, Francisco foi até uma antena de telefonia móvel para realizar serviços de manutenção. Foi quando o ajudante de pintor, que reside ao lado da antena, acordou e viu um carro estacionado próximo a antena. Em depoimento à polícia, ele disse que, como já tinha sido vítima de furtos, acreditou que se tratava de um ladrão.
Ainda segundo relato do ajudante, ele tinha combinado com vizinhos de soltar rojões em possíveis ações criminosas no bairro, com intuito de inibir a ação dos ladrões. Foi assim que o ajudante de pintor mirou e disparou um rojão contra o funcionário. Na sequência, segundo o boletim de ocorrência, Francisco foi na direção de Vanderlei para tirar satisfação sobre os motivos que levaram o homem a disparar o rojão contra ele.
Os dois começaram a discutir e entraram em luta corporal. Armado com uma faca, Vanderlei desferiu um golpe contra o funcionário da empresa de telefonia. À polícia, ele disse que estava tentando se defender. Em seguida, Francisco, já esfaqueado, correu por 300 metros, foi perseguido pelo acusado e houve o segundo embate entre os dois. Durante a luta corporal, novamente, Vanderlei desferiu outro golpe de faca contra a vítima, que caiu no chão, sendo atingida na região do abdômen e peito.
Ao perceber que o funcionário estava sangrando, o próprio homem que desferiu os golpes de faca contra a vítima ligou para a polícia. Ele disse que agiu em legítima defesa. O delegado Roberval Costa Macedo registrou o caso como homicídio doloso – quando há a intenção de matar - já que Vanderlei foi atrás do funcionário, mesmo depois de já tê-lo atingido com um golpe de faca.
No local, os peritos constataram que o corpo do funcionário estava há vários metros da casa do acusado e da antena onde seria realizada a manutenção. Além disso, a vítima estava em posse da chave que abre o cadeado do portão ao redor da torre.
Ao ser questionado se ele não tinha visto que Francisco era um funcionário e não um ladrão, o ajudante de pintor disse que o funcionário se identificou em nenhum momento. Diante dos fatos, o delegado ratificou voz de prisão para o ajudante de pintor. Ele passou por audiência de custódia e foi liberado.
O corpo de Francisco foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Rio Preto. Ele foi sepultado nesta sexta-feira, em São Paulo, onde residia com os familiares.
O Diário entrou em contato com a empresa do funcionário que foi morto na madrugada. Por meio de nota, a Líder Telecom informou que está ajudando nas investigações da polícia e está dando total amparo aos familiares da vítima.