O jornal A Cidade conversou com o delegado Dovairdes Carmona sobre o crime que ocorreu na noite desta quarta-feira
Delegado da DIG de Votuporanga, Dovairdes Carmona, falou sobre a investigação (Foto: Érika Chausson/A Cidade)
Érika Chausson
erika@acidadevotuporanga.com.br
Uma jovem de 21 anos foi vítima de um assalto, sendo sequestrada por um criminoso desconhecido durante a noite desta quarta-feira em Votuporanga. O suspeito abordou a mulher em um loteamento próximo da indústria da Facchini, às margens da rodovia Euclides da Cunha.
O caso foi registrado no Plantão Policial da cidade e está sendo investigado pela Delegacia de Investigações Gerais, a DIG de Votuporanga. A reportagem do jornal A Cidade conversou com o delegado Dovairdes Carmona sobre como andam as investigações do crime.
Segundo o delegado, a jovem estava acompanhada de seu namorado e ambos teriam ido até o local para ter um encontro casual, onde sentaram no chão e conversavam enquanto faziam uso de entorpecentes. Posteriormente, eles teriam retornado para dentro do veículo.
Neste momento, conforme informações de Dovairdes, o casal teria visto um vulto e imediatamente foi abordado pelo criminoso, que estava em posse de uma arma de fogo e utilizava um tipo de capuz para esconder sua identidade. “Mandou o namorado descer do carro e que a moça assumisse o valente. Daí para frente, ele determinou o trajeto, que foi levar o veículo e a moça até um canavial na vicinal Estrada do 27”, relatou.
De acordo com o delegado, no canavial, o criminoso exigiu uma quantia de R$ 1.500 para os parentes da vítima, no entanto, como eles possuíam apenas R$ 900, o suspeito teria aceitado o valor. Então, ambos aguardaram no meio do canavial a vinda do dinheiro por parte da família da jovem.
O delegado ainda relatou que o criminoso ficou com a vítima por volta de uma hora no canavial e, neste período, ele teria oferecido um cigarro de maconha a jovem, tendo ela negado de prontidão. Segundo Dovairdes, a vítima teria relatado que apesar do fato, o bandido também não fez uso do entorpecente.
A Polícia Militar foi acionada pelo namorado da vítima, tendo iniciado rapidamente o patrulhamento a fim de localizar o suspeito. O delegado da DIG contou ao A Cidade que a PM encontrou o veículo e a jovem no meio do canavial, sendo que o criminoso também estava no local, porém, ao ver a aproximação da viatura policial, empreendeu fuga por meio das cana-de-açúcar.
Dovairdes Carmona relatou que a jovem afirmou que o criminoso não a agrediu fisicamente e também não atentou contra sua liberdade sexual.
Investigação
Segundo o delegado da DIG a investigação iniciou na manhã de ontem e foram abordados alguns suspeitos, mas não houve uma conclusão. “As investigações ainda não foram concluídas e não há certeza absoluta da autoria por parte dos investigados”. Inclusive, acrescentou, as vítimas tentaram reconhecer um suspeito, no entanto, não garantiram que seria o autor do crime.
Vítimas
O jornal A Cidade esteve em contato com as vítimas do crime. A jovem disse à reportagem que estava conversando com seu namorado no local e se mostrou arrependida, alegando que não voltaria ao local do crime novamente durante a noite.
Ela disse que atualmente reside em São Carlos e, como a família é de Votuporanga, estaria passando as férias na casa da mãe.
Já o namorado da jovem é de Votuporanga. Ele alegou que estaria se envolvendo amorosamente com a vítima há aproximadamente um mês e ficou assustada com o crime.
Outros casos
No mesmo local do crime, há relatos de outros casos de roubos cometidos por bandidos. Segundo Dovairdes, este é o primeiro caso em que a vítima é levada pelo criminoso para outro local.
“O outro caso que nós tivemos, a vítima não foi levada para o canavial, embora o veículo tenha sido encontrado lá faltando determinados acessórios do veículo. Agora, no outro caso, também não houve a exigência de valores, o que difere as duas ocorrências. Embora o local que o veículo foi levado é o mesmo, o modo operante é diferente”, ressaltou.
O delegado da DIG de Votuporanga ainda alertou para que a população não vá para lugares ermos para terem relações ou qualquer tipo de ação que possa colocar em risco a integridade física e mental e que “facilite” que criminosos possam cometer crimes como este.