Ricardo de Paula Dias, que seria integrante do PCC, é acusado de matar Ismael Amandio, que dizia ser do CDL em maio do ano passado
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato em que China agrediu Ismael (foto em detalhe) até a morte (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Uma briga envolvendo supostos membros de facções criminosas historicamente rivais, terá um desfecho nesta sexta-feira (19) em Votuporanga. Ricardo de Paula Dias, mais conhecido como China, que se dizia membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), será julgado pelo Tribunal do Júri, acusado de espancar até a morte Ismael Amandio, que afirmava pertencer à CDL (Comando Democrático pela Liberdade), em 24 de maio do ano passado.
A sessão, que será conduzida pelo juiz, dr. Juliano Santos de Lima, está marcada para começar às 9h. Os jurados sorteados irão analisar a denúncia do Ministério Público que pediu a condenação do acusado por homicídio triplamente qualificado (por motivo fútil, utilizando-se de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa vítima).
Conforme a denúncia, o crime ocorreu de fronte a um bar, na rua Japão, no Parque das Nações. Os dois teriam discutido porque China disse não aceitar que o membro de outra facção criminosa permanecesse no mesmo bairro e, durante o bate-boca, o acusado desferiu um soco no rosto de Ismael, que já teria caído atordoado.
Na sequência, ainda segundo a denúncia do MP, China teria arrastado a vítima por cerca de 20 metros, deixando um rastro de sangue pelo chão, e batido a cabeça dele contra o chão até que ele perdesse os sentidos. Ninguém teria tentado apartar a briga diante do histórico criminoso do acusado, que só parou as agressões com a chegada da polícia.
Mesmo na presença dos policiais, o suspeito ainda seguiu ameaçando a vítima, quando percebeu que ela ainda estava viva. “Olha ele ainda está respirando”. Em seguida, acrescentou que, caso ela voltasse ao bairro, “ele a mataria”.
Ismael foi socorrido em estado grave pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e permaneceu internado até o dia 8 de junho, quando não resistiu aos ferimentos e morreu, vítima de traumatismo craniano.
Outro lado
O jornal
A Cidade tentou contato com a defesa de Ricardo, comandada pelo advogado Marcelo Leal da Silva, mas obtivemos sucesso até o fechamento desta edição.