Foram apreendidos com o grupo oito veículos, quatro embarcações, moto aquática e até uma aeronave (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
A Justiça Estadual de Santa Fé do Sul prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária de Murilo Dantas Oliveira, Carolina Correa e Paula Cristina Gambatti Bercelli. Eles são, respectivamente diretor geral, diretora financeira e sócia da empresa B&G Cred, apontada por investigação da Polícia Federal como criadora de um esquema de pirâmide financeira que movimentou R$ 100 milhões em quatro anos. Os três, juntos com Eduardo Bercelli Mendes, dono da empresa, foram presos na quinta-feira, 11, na operação Ponzi, da PF.
Inicialmente, os três foram alvos de prisão temporária, com prazo de cinco dias, que terminaria nesta segunda-feira, 15, mas a pedido da Polícia Federal a Justiça fez a prorrogação por mais cinco dias, como forma de garantir que não interfiram nas investigações. Eduardo foi alvo de prisão preventiva e vai ficar atrás das grades por tempo indeterminado.
Durante a operação foram apreendidos oito veículos, quatro embarcações, moto aquática e até uma aeronave. Tudo será sequestrado pela Justiça para garantir ressarcimento financeiro dos afetados. Por ordem judicial, foram congelados R$ 1,4 milhão encontrados nas contas bancárias da empresa.
As investigações vão prosseguir para analisar informações contidas nos equipamentos eletrônicos e documentos apreendidos, bem como ouvir testemunhas e investigados. Um dos trabalhos é levantar a quantidade de vítimas atingidas pela empresa. Segundo a PF, o Ministério Público Estadual de Santa Fé do Sul recebeu diversas denúncias de possíveis vítimas do esquema.
Durante as investigações, a PF apurou que em apenas dois anos o empresário preso abriu dezenas de empresas e filiais em várias cidades do interior paulista, tendo como fachada a oferta de serviços de créditos de bancos diversos. Mas, na verdade, toda a estrutura era voltada para convencer poupadores a entregarem suas economias em troca de altas taxas de juros remuneratórios que chegavam até 6% ao mês, que eram pagos com recursos de novos investidores, caracterizando um esquema de pirâmide financeira, segundo a PF.
O prefeito de Santa fé do Sul, Evandro Farias Mura, afirma que o fechamento da B&G Cred causou um grande impacto social na cidade. “Já fiquei sabendo que os funcionários da empresa foram comunicados que serão demitidos em massa. Além disso, os operários que trabalhavam na construção do hotel (a ser erguido pela B&G) também foram dispensado. Isso causa um impacto muito negativo na cidade”, diz o prefeito.
Evandro diz que a prisão do empresário vai afetar entidades assistenciais que ele ajudava em Santa Fé do Sul, mas diz que o assunto tem que ser apurado pela Policia Federal. “Ele ajudava muita gente com doações. Muita gente acreditava no trabalho dele. Inclusive, foi dado um título de cidadania para ele, concedido pela Câmara de Vereadores, mas não dá para voltar atrás”, comenta o prefeito.
O advogado Rogério Cury, que defende os acusados, critica a prorrogação da prisão deles por mais cinco dias, por entender que não há mais necessidade em mantê-los encarcerados. “Já me manifestei juridicamente, dizendo que os fundamentos para manutenção da prisão, são insuficientes e nós tomares as medidas cabíveis para libertação. Eles estão à disposição para prestar todos os esclarecimentos”, diz o advogado de defesa.
*Com informações Diário da Região