Polícia
Caso Moré Baggio: 'não aceito levar a culpa e eles saírem ilesos', diz assassino contratado
Gustavo Henrique de Oliveira da Cruz, de 30 anos, foi quem junto de seu comparsa, realizou o crime no dia 11 de maio deste ano
publicado em 18/07/2023
Cabrini entrevistou Gustavo, jagunço que, segunda a polícia, foi contratado por Viviane e seu marido Carlos para executar o crime (Foto: Divulgação)
Fernanda Cipriano
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
O executor dos disparos que mataram dois integrantes, pai e filho, da família Moré Baggio quebrou o silêncio publicamente pela primeira vez, passados dois meses desde o acontecido. O crime, que custou a vida de Vitor Moré Baggio e de Wladimyr Baggio, foi realizado pelas mãos de Gustavo Henrique de Oliveira da Cruz, de 30 anos, a mando, segundo a polícia, do casal Viviane Moré e Carlos Ramos.
O assunto foi abordado no quadro “Grande Reportagem”, da TV Record, comandado pelo jornalista investigativo Roberto Cabrini. Em entrevista, o “jagunço” Gustavo contou detalhes do crime, desde o momento em que foi oferecido o serviço até a execução final.
“Sei que o que fiz tem consequência, vou carregar isso para o resto da minha vida [...] Não me recordo quantos tiros foram, na hora do meu desespero eu só dei os tiros, virei as costas e sai correndo. A culpa maior é de quem falou a situação para eu fazer, eu não aceito levar a culpa e eles saírem ilesos”, disse ele durante a entrevista.
Além de pai e filho, a mãe Tiemi Cláudia Moré Baggio, segundo a polícia, também teve a morte encomendada pela filha, mas conseguiu escapar por não estar na casa em que residia junto de seu esposo Wladimyr e o filho Vitor, em Votuporanga, quando os bandidos invadiram o sítio da família. Ela tinha viajado um dia antes para uma emergência familiar em outro estado, sem que a filha soubesse, quando tudo aconteceu.
De acordo com as apurações da Polícia Civil, por meio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), havia uma rixa familiar e tudo estaria sendo planejado com antecedência. Além disso, o objetivo de Viviane Moré, segundo a polícia, era a herança estimada em cerca de R$ 2 milhões.
Viviane e Carlos teriam oferecido R$ 30 mil para que dois jagunços, identificados como Luís Henrique dos Santos Andrade, o Nenê, e Gustavo Henrique de Oliveira da Cruz, cometessem o crime (R$ 10 mil por cada homicídio) e ainda permitido que os bandidos levassem tudo que encontrassem de valor na residência. Eles foram presos no mesmo dia.
O autor dos tiros, de acordo com a polícia, teria sido Gustavo. Na casa dele foi apreendido um revólver calibre 38. Os celulares de todos os investigados foram apreendidos e foram periciados para a coleta de provas.
Os dois pistoleiros, que possuem passagens na polícia por tráfico de drogas, teriam sido contratados após um deles precisar de um advogado e procurar Carlos Ramos para lhe auxiliar. Neste momento, segundo as investigações, foi feita a proposta para que ele executasse o crime.
Novo
O advogado Carlos Ramos, segundo apurou Cabrini, tem uma ficha policial e é acusado de roubo, comunicação de falso crime, ameaça, agressão e violência doméstica. Ainda, em novembro de 2022, Viviane registrou um boletim de ocorrência em que acusa o próprio pai de estupro enquanto ela ainda era adolescente.
“Dos 13 aos 15 anos de idade, por diversas vezes, quando minha mãe viajava e meu irmão já estava dormindo; meu pai ia até o meu quarto tirava a minha roupa e passava a mão nas minhas partes íntimas. Ele também me observava no banho”, disse ela no depoimento.
O inquérito, porém, foi arquivado por falta de provas e a principal suspeita é de que seja uma estratégia do casal para justificar as ações criminosas.
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