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Polícia
Júri julga hoje acusado de matar padrasto
João Pedro de Oliveira matou seu padrasto Edmilson dos Santos Ferreira e sentará no banco dos réus do Salão do Júri de Votuporanga
O julgamento de João Pedro de Oliveira está marcado para acontecer hoje em Votuporanga. O rapaz enfrenta acusações de homicídio pela morte de seu padrasto, Edmilson dos Santos Ferreira, no dia 28 de janeiro de 2023. O fato resultou na morte da vítima devido a múltiplos golpes de faca.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o assassinato correu enquanto João Pedro e um amigo estavam sentados na calçada da rua Bahia, em Valentim Gentil. Edmilson teria passado pelo local e ambos começaram a discutir até que o rapaz sacou uma faca e desferiu golpes fatais no pescoço do padrasto. O amigo de João Pedro tentou conter a agressão, mas não conseguiu impedir o desfecho. Antes de fugir da cena, de acordo com as acusações, o acusado teria até mesmo se vangloriado de seu ato, dirigindo-se a um motociclista que passava pelo local e dizendo: "eu falei pra você que ia matar ele."
O inquérito policial revelou que, dias antes do crime, durante um evento familiar, a irmã de João Pedro informou às autoridades que Edmilson, sob o efeito do álcool, trancou-se em um quarto na chácara onde estavam reunidos. Quando solicitado a sair do quarto, ele teria atendido ao pedido, mas de maneira provocativa, sem roupas. Isso gerou um conflito, relatado como o ponto de partida para o crime.
Além disso, de acordo com o inquérito, a ex-companheira de Edmilson relatou em seu depoimento à Polícia Civil que, no dia anterior à sua morte, ela foi ameaçada por ele, com palavras ofensivas e violentas, registrando um Boletim de Ocorrência. Ela também teria solicitado medidas protetivas devido às ameaças recebidas.
João Pedro foi preso no dia 2 de fevereiro de 2023 e enfrenta acusações por homicídio qualificado, por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Defesa A defesa do acusado, comandada pelo advogado Roberto Almeida, de São José do Rio Preto, alega que o acusado e sua família viviam em um contexto de violência doméstica e familiar promovido pela vítima, Edmilson. Segundo o relato da defesa, essa situação se arrastava há anos, e inúmeras ocorrências policiais foram registradas.
“Esse cenário já se arrastava há anos, e que muitas ocorrências policiais foram registrados, mas a lei não dava conta de contê-lo. Todos que habitavam com ele, em algum momento da vida sofreu violência física, moral e psicológica. Era muito agressivo, a genitora do réu (Tatiane) corria risco de vida. Edmilson vítima tinha sérios problemas com álcool, e quando fazia uso, ficava ainda mais violento”, descreveu a defesa.
Diante desse cenário, ainda conforme a defesa, João, em sua tentativa de proteger a mãe, teria tomado medidas para evitar agressões por parte de Edmilson. A defesa pretende apresentar evidências, incluindo áudios e vídeos, que demonstram o estado de Edmilson quando sob efeito do álcool. “O réu teve que sair em defesa de sua mãe, que estava na iminência de ser atacada por Edmilson, como restará demonstrado”, completa.
O réu responde ao processo em liberdade devido a uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu um Habeas Corpus ao réu. As versões de defesa e acusação serão apresentadas aos jurados, durante a sessão do Tribunal, que será presidida pela juíza da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, Gislaine de Brito Faleiros Vendramini, hoje, a partir das 9h.
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