Crianças e adolescentes que estudam em General Salgado (SP) foram flagrados pela TV TEM sendo transportados irregularmente em um ônibus escolar superlotado.

Segundo o encarregado de transportes da educação do município, Lucien Roberto Fernando, os pais dos estudantes não têm o direito de reclamar, já que o transporte é gratuito.

“Acho que tinha de cortar cada um leva o filho na escola, porque aqui é de graça. Vai reclamar do quê? É de graça e está reclamando”, disse, aos gritos, para o repórter da TV TEM.

Em alguns bancos, sem cinto de segurança, três alunos chegaram a dividir bancos para chegar à escola. No entanto, a monitora que acompanha os adolescentes afirma para a TV TEM que nem sempre o transporte irregular ocorre.

"Não é normal, é raro acontecer isso de o ônibus ficar lotado", afirma a monitora Cidneia Cunha.

Nesta terça-feira (6), o ônibus que a TV TEM acompanhava quebrou e mais de 60 alunos foram transferidos para outro transporte coletivo e outros 12 chegaram à escola em uma perua.

Já a monitora que acompanha os alunos foi flagrada descendo antes do veículo chegar ao último colégio e os menores foram acompanhados apenas do motorista.

"A gente fica preocupado porque mandamos as crianças para a escola bem. E se estoura o pneu do ônibus superlotado, o que acontece com as crianças?", pergunta a dona de casa Lourdes Martins.

Outros problemas envolvendo o transporte escolar em General Salgado foram constatados pelo Tribunal de Contas em novembro de 2017. Fiscais localizaram veículos com bancos e cintos de segurança quebrados, extintores vencidos e amarrados com corda e até um morador sendo transportado no ônibus.

A polícia diz que realiza fiscalização e autuou a prefeitura por causa das irregularidades no transporte de alunos.

"Ao longo do ano foram feitas várias operações em vários municípios da região que são pontuais e fiscalizam todos os requisitos do Código de Trânsito, que manda todos os ocupantes estejam sentados, utilizando cintos de segurança. A partir do momento que há um número acima de passageiros no veículo, ele assume um risco grande e a responsabilidade é do condutor", explica o policial militar Gledes Marques.

Em nota, a prefeitura disse que tomou conhecimento do caso e vai adotar medidas para resolver o problema. Ainda de acordo com o município, o excesso de alunos no ônibus ocorre porque o ano letivo começou recentemente e uma reestruturação está sendo feita para que a superlotação não ocorra. Disse também que a superlotação no dia da reportagem aconteceu porque outro ônibus estava quebrado e que já foi normalizado.

Fonte: G1