Ivermectina tem sido buscada para a prevenção da Covid-19 (Foto: Divulgação)
Depois da cloroquina, a ivermectina tem se tornado o medicamento da vez quando o assunto é coronavírus. Em Rio Preto, o remédio já está esgotado em algumas farmácias. O Diário entrou em contato com dez estabelecimentos de diversos bairros e apenas um, na avenida Mirassolândia, ainda possuía o remédio à venda.
Segundo a proprietária de uma farmácia na Redentora, que não quis se identificar, são em média 200 pedidos diários pelo popular vermífugo, conhecido no tratamento de piolhos, vermes e outros tipos de parasitas. Até o momento, não há estudo que comprove sua eficácia no tratamento ou prevenção da Covid-19.
"Aumentou muito de duas semanas para cá, quando saíram as conversas que ele ajudava a evitar o vírus", contou a empresária do ramo, que não tem mais o remédio na prateleira desde a última segunda-feira, 29. De acordo com ela, a farmácia está com uma lista enorme de encomendas e não há previsão para a chegada do remédio, visto como esperança por muita gente.
Por ser indicado para o combate aos vermes, o medicamento, que custa entre R$ 15 e R$ 30, dispensa receita médica. Até o momento, a proprietária contou que não recebeu nenhuma notificação que proíba a venda do remédio, que tem sido inclusive receitado por profissionais. A medida adotada pela farmácia, então, foi a de restringir a quantidade comprada pelo público. "Tem gente que quer levar 50 (caixas), estamos controlando", explicou a empresária.
Durante live de atualização da situação da pandemia, nesta quarta-feira, 1º, o secretário de Saúde de Rio Preto, Aldenis Borin, falou sobre a ivermectina, lembrando que o remédio não tem nenhuma comprovação científica consistente que leve a cidade a fazer um protocolo específico para seu uso. Ele explicou que, quando se faz um protocolo, existe a obrigatoriedade de segui-lo pelos médicos. "Não proibimos a ivermectina. Se o médico assim entender que deve receitar e se tiver disponibilidade na Secretaria, nós vamos atender", disse o secretário.
Pesquisas realizadas por cientistas australianos perceberam a eficácia do medicamento contra o vírus Sars-Cov-2, que provoca a Covid-19. Em amostras in vitro, o contato do coronavírus com o antiparasitário revelou, em 48h, uma redução absoluta da reprodução viral. No Brasil, uma das mais renomadas médicas ultrassonografistas, além de pesquisadora e professora em São Paulo, Lucy Kerr, demonstrou em pesquisas a eficácia do medicamento nas fases 1 e 2 da doença. O Hospital da Marinha do Brasil também tem um protocolo para uso domiciliar da ivermectina.
*Diário da Região