Delegado-chefe Cristiano Pádua durante entrevista à TV Câmara: 'investigações estão andamento' (Foto: Reprodução/TV Câmara)
A Polícia Federal (PF) de Rio Preto investiga o pagamento irregular de auxílio emergencial no valor de R$ 600 a moradores em Rio Preto. O delegado-chefe Cristiano Pádua afirmou nesta terça-feira, 14, que foram abertas investigações para apurar supostas fraudes no saque do auxílio emergencial na cidade. "Há diversos casos de recebimento irregular", afirmou o delegado.
De acordo com Pádua, durante entrevista a TV Câmara nesta terça, há casos de pessoas que têm bastante renda que não preenchem requisitos para receber o benefício — destinado apenas para quem perdeu renda com a pandemia do coronavírus. Ele citou que há beneficiados que "possuem carros importados" e "moram em mansões" que solicitaram o benefício. Agentes federais usam sistema de dados e verificam propriedade de carros e local de trabalho de beneficiados.
O delegado afirmou ainda que os casos em que houver comprovação das irregularidades, os autores serão indiciados pelo crime de estelionato — pena é de 1 a 5 anos majorada de um terço por ser cometida contra entidade de direito público. As informações foram repassadas aos agentes federais em Rio Preto por intermédio de dados coletados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), além de denúncias feitas por cidadãos que tomaram conhecimento dos pagamentos sob suspeita.
Pádua afirmou ainda que o governo federal disponibilizou um canal de comunicação para a devolução de valores recebidos irregularmente, já que em muitos casos o pagamento ocorreu sem o conhecimento das pessoas. Ele, no entanto, ponderou que, após a intimação dos investigados, as pessoas serão indiciadas pelo crime. "Depois que for intimada não tem como fazer isso", afirmou o delegado durante a entrevista.
Ao Diário, o delegado afirmou que o indiciamento ou não vai depender de cada caso. As intimações deverão ser iniciadas em breve. Pádua afirmou que não há um número fechado sobre quantas pessoas teriam recebido o auxílio emergencial sem ter direito ao benefício. "Sabemos que o número vai aumentar muito. Após receber a denúncia verificamos os dados no sistema sobre o carro da pessoa e local de trabalho", disse o delegado.
De acordo com Pádua, beneficiários que forem prejudicados deverão procurar uma agência da Caixa Econômica Federal para que seja iniciado um processo de contestação. "Posteriormente, a Caixa irá repassar as informações de forma centralizada para a Polícia Federal a fim de que sejam instaurados inquéritos policiais para apurar os crimes praticados e responsabilizar os autores desses crimes", afirmou.
*Diário da Região