Polícia Federal fechou galpão onde fabricação irregular era feita em Catanduva; peritos comprovaram que os produtos tinham concentração de etanol inferior às indicações dos rótulos, comprovando a adulteração
Policiais descobriram e fecharam fábrica de álcool clandestina em Catanduva. (Foto: Arquivo Pessoal)
Laudo do Instituto de Criminalística (IC) constatou irregularidades nos lotes de álcool em gel e líquido apreendidos em uma fábrica clandestina, em Catanduva (SP). Os produtos foram encontrados no mês passado durante uma operação da Polícia Federal de São José do Rio Preto (SP).
Ao todo, foram apreendidos mais de 10 mil litros de álcool adulterado, 1,9 mil frascos prontos e com rótulos para serem comercializados, 25 mil embalagens, documentos, maquinários e um caminhão-tanque. O responsável pela operação foi preso, mas foi liberado em seguida.
De acordo com o laudo do Instituto de Criminalística, peritos constataram que todos os produtos tinham concentração de etanol inferior às indicações dos rótulos, comprovando a adulteração e a ineficiência para uso hospitalar e de higienização necessária para combater o novo coronavírus.
Venda para mercados e hospitais
A fábrica clandestina foi descoberta depois da Polícia Federal receber uma denúncia anônima, fazer vigilância e constatar que a informação divulgada era realmente verídica.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal de Rio Preto, Cristiano Pádua, os produtos adulterados podem ter sido vendidos para hospitais e supermercados não só da região noroeste paulista, mas de outros estados do Brasil.
Os frascos de álcool gel e líquido eram produzidos de forma artesanal, sem controle nenhum, colocando em risco não só as pessoas que os compravam, mas os trabalhadores que os manuseavam.
Ainda de acordo com o delegado, a quantidade produzida e comercializada era enorme. Inclusive, os rótulos eram totalmente falsos e as datas de fabricação inalteráveis. Ou seja, totalmente fora dos padrões estipulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além do homem que foi preso por crime de falsificação de produtos com fins terapêuticos ou medicinais, cinco funcionários foram encontrados na fábrica. No entanto, eles prestaram esclarecimentos e foram liberados, pois acreditavam que estavam trabalhando de forma regular.
Depois de a fábrica ser descoberta, funcionários da Vigilância Sanitária de Catanduva percorreram estabelecimentos para coibir a comercialização dos produtos da marca “Próalcool".
De acordo com a Vigilância Sanitária, cerca de 30 supermercados e lojas especializadas foram fiscalizados. Em alguns estabelecimentos, foram encontrados frascos do álcool gel e líquido. Os responsáveis foram notificados para retirá-los de circulação.
*G1