Na página, aparecem pessoas de Rio Preto, Mirassol, Barretos, Bebedouro e Araçatuba interessadas em adotar as crianças
Ao identificar pessoas de fora de São Paulo, a promotoria encaminhará o caso para as comarcas das regiões, o que envolve Rio Preto e cidades da região (Foto: Reprodução/DL News)
O Ministério Público (MP) de São Paulo abriu inquérito para investigar grupos e páginas em redes sociais de doação irregular de bebês, que envolvem diversas cidades e Estados do Brasil. O MP vai pedir a exclusão desses grupos e tentar identificar as pessoas que incentivam a adoção irregular. O caso está com a promotora Luciana Bergamo, de São Paulo.
Em uma página, por exemplo, com mais de 4,5 mil comentários, aparecem interessados na adoção pessoas de Rio Preto, Mirassol, Barretos, Bebedouro e Araçatuba. Em diversas postagens, há mulheres grávidas que alegam não ter condições de criar as crianças e, por isso, oferecem aos que, supostamente, têm condições. Uma mulher, por exemplo, do Amazonas afirma já ter feito a doação de um recém-nascido - confira abaixo
Ao identificar pessoas de fora de São Paulo, a promotoria encaminhará o caso para as comarcas das regiões, o que envolve Rio Preto e cidades da região. Os interessados em adotar são, na maioria dos casos, do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Em contato com um homem que postou em uma página de adoção ser de Rio Preto. Ele afirmou não se lembrar da publicação e que deixou de participar depois de saber que as postagens eram irregulares. Ele afirmou que o filho que tem hoje foi gerado por uma amiga, que também sonhava em ser mãe.
O promotor da Infância e Juventude de Rio Preto, André Luis de Souza, disse que casos de adoção irregular – que não passam pela Justiça – já ocorreram em Rio Preto. Em um caso, por exemplo, dentistas rio-pretenses foram ao Maranhão e trouxeram uma criança. Neste caso, a Justiça retirou a criança, que havia sido adotada de maneira irregular.
O juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, avisa que as pessoas que querem doar ou adotar precisam procurar a Justiça. Por qualquer outro meio, a pessoa pode, por exemplo, responder até por sequestro. "Irregularmente, a Justiça busca a criança e, caso as pessoas estejam na lista para adoção, podem ser excluídas”, afirmou.
*DL News