Hospital de Amor, de Barretos, e projeto Fada Madrinha realizaram um baile de debutantes para adolescentes que passam por tratamento contra o câncer
Seu sonho era participar de um baile de debutante (Foto: Reprodução/Diário da Região)
Uma noite mágica. Assim foi classificado o baile de debutantes no Hospital de Amor em Barretos, nesta terça-feira (5) realizado para 57 adolescentes. Meninos e meninas que passam por tratamento contra o câncer puderam se esquecer da doença por algumas horas para celebrar a vida.
“Uma noite para esquecer da doença. Se pudesse definir em uma palavra: foi mágico", afirmou a assessora e a cerimonialista do hospital, Ana Araújo. O evento foi organizado por Liliane Barros Marty Caron, responsável pelo projeto Fada Madrinha, que promove eventos com o apoio da iniciativa privada. O baile teve como as principais estrelas meninos e meninas de outras regiões do país que buscam o tratamento médico em Barretos.
Liliane afirma que o objetivo do projeto é realizar sonhos dos jovens com histórias de vida marcantes. O baile reuniu cerca de 300 pessoas - todos realizaram testes do coronavírus. As famílias dos adolescentes não tiveram custo algum.
Os adolescentes foram selecionados pelo próprio hospital com idades entre 14 e 17 anos, que passaram ou ainda realizam o tratamento contra o câncer. Por conta da pandemia da Covid-19, o evento não foi realizado nos últimos dois anos. “Os meninos em tratamento ainda levantaram um amigo amputado da cadeira de rodas e apoiaram ele entre os braços para que ele pudesse dançar as musicas dos DJs”, disse a organizadora do evento, que contou com a presença de artistas como os cantores sertanejos Felipe Araújo e Mariano, da dupla com Munhoz.
De Roraima, Joyce Costa é mãe de Jackellynne Silva da Costa, 14 anos, que enfrenta uma rotina puxada de quimioterapia. A menina enfrenta o câncer pela terceira vez. Seu sonho era participar de um baile de debutante. “Ela faz 15 anos em julho, mas foi chamada para participar do baile. O tratamento dela é puxado. Não sabemos o dia de amanhã e era o sonho dela”, afirmou Joyce.
A mãe da menina disse que a noite de terça foi “maravilhosa”. O sentimento é de gratidão entre os adolescentes, suas famílias, funcionários do hospital, prestadores de serviços e empresários que participaram do baile. “Uma gratidão absurda pela vida e o reforço da minha fé. Sempre que encontro estas crianças, eu sinto no fundo da alma deles uma vontade imensa de realizar aquele sonho”, afirmou o decorador Roni Vieira. “Eles (adolescentes) simplesmente querem viver o que todas as crianças podem viver. Eu sinto que não damos a real importância que a vida tem”.
Jamilly Yasmin Peres do Nascimento, 16 anos, disse que ficou muito feliz por ter participado da festa. “Foi algo muito especial em minha vida. Sempre quis ter uma festa de 15 anos, foi algo diferente. Fiquei feliz em ter dividido esse sonho com elas. Sou eternamente grata à Lili (Liliane) e às outras pessoas que ajudam a realizar o baile”, afirmou.
O fotógrafo Eduardo Penna teve a missão de eternizar os momentos do baile. Emocionado, ele disse que viveu uma das melhores experiências de sua vida. “A gente entra no nosso eixo. (Passa a) viver um dia após o outro com maior intensidade possível e a aproveitar cada segundo. Tem a certeza de que o futuro só a Deus pertence”, afirmou.
Fé
Joyce falou sobre a dura rotina enfrentada pela filha na luta contra o câncer. A menina, que aparece na foto abaixo fazendo um coração com as mãos, tem um sonho: fazer uma viagem. Não importa o destino, desde que saia da rotina diária de ir de casa para o hospital.
“Esse ano ainda, ela (Jackellynne) foi para a escola. Está feliz. Tenho fé em Deus. O tumor diminuiu 80%. A gente chora, se abala, mas não perde a fé”, afirmou Joyce. “No baile, vivemos um sonho que assistimos só em filme. Foi uma realização imensa. A vida dela é um milagre. Até outubro, ela estará curada. Cada dia é uma vitória”, disse a mãe.
*Com informações do jornal Diário da Região