Da Redação
Os músicos que forma a Big Band, do Conservatório de Tatuí, estiveram ontem em
Votuporanga para inauguração do Centro de Convenções. Rosa Garbim, única mulher da banda, é estudante de trombone em Tatuí desde 2001.
Para ela, que tem como grande inspiração o músico Hermeto Pascoal, passou uma
concorrida seleção para integrar a banda, no início deste ano. Rosa terá dois anos,
entre as 20 apresentações anuais da banda para aprimirar seus estudos e realizar seu sonho, que é montar seu próprio grupo, com base na música popular brasileira. "A Big Band é um excelente intercâmbio para quem aprecia o formato, o jazz e a música popular", diz.
Celso Veagnoli, coordenador da banda desde janeiro deste ano é o responsável pela harmonia musical do grupo, ele funciona como um regente, atento a cada detalhe para compor um espetáculo.
A Big Band se difere de outras Orquestras pela formação instrumental e também pela influência do jazz. No Brasil existem outras Big Bands, como a coordenada pelo compositor, arranjador e instrumentista Nailor de Azevedo “Proveta”, uma das maiores referências para a Big Band de Tatuí.
A Big Band do Conservatório de Tatuí foi criada no ano de 1975. O grupo unia
alunos de nível avançado e professores da instituição para apresentação de repertório exclusivamente popular, uma novidade na época em que a escola de música dedicava-se quase que totalmente ao ensino e difusão de música erudita.
No final da década de 70, a Big Band interrompeu seu vínculo com o Conservatório de Tatuí e passou a exercer carreira profissional, apresentando-se por todo o Estado de São Paulo. Na década de 80, o grupo interrompeu suas atividades e, por mais de dez anos, deixou de apresentar-se oficialmente. Nesse período, as apresentações esporádicas contavam, sempre, com formações diferenciadas. Veja a cobertura completa da inauguração na edição de amanhã.
A volta
No ano de 1998, a Big Band voltou às atividades, novamente como grupo artístico- pedagógico do Conservatório de Tatuí, unindo professores da escola de música com objetivos de propiciar a prática de música popular. O grupo retornou formado por cinco saxofones, quatro trombones, quatro trompetes, piano, contrabaixo, guitarra, bateria e percussão – formação tradicional das big bands americanas populares nos anos 40, que mantém até hoje.
A reestreia do grupo ocorreu em 14 de novembro de 1998 em apresentação que
prestou homenagem à Orquestra Trololó, uma das primeiras big bands do município de Tatuí. No ano seguinte, a big band passou a ser reconhecida como grupo estável do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”.
Como grupo estável do Conservatório de Tatuí, a Big Band voltou a se destacar por alta qualidade e irreverência de seus músicos, tornando suas apresentações interativas.
Outra característica do grupo é acompanhar convidados especiais. Nessa linha, o
grupo já se apresentou ao lado de nomes como os de Tânia Alves, Benito di Paula,
Décio Cardoso, Leny Andrade, Altemar Dutra Junior e, inclusive, da bateria da escola de samba Vai-Vai. Na área instrumental, acompanhou nomes importantes em diferentes gêneros musicais. O grupo apresentou-se ao lado de personalidades como Osvaldinho da Cuíca, o saxofonista norte-americano Miles Osland – considerado um dos melhores jazzistas da atualidade -, o trompetista Altair Martins e o requisitado trombonista, compositor e arranjador Vittor Santos. Em outra oportunidade, o grupo recebeu como regente especial o conceituado Maestro Branco.
Apresentando-se por todo o Estado de São Paulo, a SamJazz ultrapassou fronteiras no ano de 2005, quando realizou sua primeira apresentação internacional, dentro do 1ºFestival Internacional de Jazz, realizado em Assunção, no Paraguai, e, também, na embaixada brasileira daquele país. No ano seguinte, lançou seu primeiro CD, nomeado “SamJazz – 30 Anos”, sob coordenação de Sérgio Gonçalves de Oliveira.
No ano de 2009, a partir da contratação oficial de músicos, o grupo passou a ser
denominado de Big Band do Conservatório de Tatuí, resgatando e valorizando o
nome de sua instituição de origem. Em abril de 2010, a Big Band do Conservatório de Tatuí passou a ser coordenada por Celso Veagnoli.
Celso Veagnoli
Celso Veagnoli, natural de Araçatuba, iniciou seus estudos no Instituto Musical
“Heitor Villa-Lobos” sob a orientação dos professores José Renato das Neves (flauta- doce, saxofone) e Nely de Alencar (piano). É mestrando em música pela Unicamp (Universidade de Campinas) dentro da área de concentração “Fundamentos Teóricos” tendo como linha de pesquisa: “Linguagem: percepção, estruturação e análise musical”, sob a orientação do professor-doutor Esdras Rodrigues.
É formado em Educação Artística pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
Tatuí, e em saxofone erudito pelo Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”. É docente do departamento de música da Unicamp desde 2001, onde leciona saxofone, harmonia e música de câmera.
Participou de concertos com a Orquestra Sinfônica de Campinas, sob a regência dos maestros Aylton Escobar e Jamil Maluf. Atuou como primeiro sax alto e soprano por 12 anos na Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí (Orquestra de Sopros Brasileira), gravando oito CDs com o grupo. Integrou a primeira formação do madrigal cênico “Da Boca Pra Fora”, atuando também como regente coral. Integrou vários outros grupos do conservatório, como a Big Band “Prata da Casa”, “Projeto Sinfônico”, quartetos de saxofone, etc.
Por seis anos integrou o Jazz Combo do Conservatório (“Cambanda Jazz Combo”), grupo com o qual gravou um CD atuando como músico e assistente de produção. Foi um dos organizadores do “Primeiro Encontro de MPB Instrumental”, de Tatuí, atuando também como músico da Banda “Brasil Instrumental”, da terceira à oitava edição. Desde 2006 é integrante da Big Band do Conservatório de Tatuí, grupo com o qual participou em seu primeiro CD. Atuou em gravações comerciais em SP e shows por todo o Brasil, Estados Unidos, Portugal e Argentina. Faz produções musicais, que vão de jingles a CDs independentes, no “Estúdio Anima”, de sua propriedade.