Da Redação
Apesar das campanhas educativas e da restrição à propaganda do fumo, ainda é muito grande o número de fumantes, tanto do sexo masculino como do sexo feminino.
E tem mais, é maior o número de adolescentes do sexo feminino que começa a fumar antes dos 15 anos, se comparado ao comportamento dos meninos.
Infelizmente, algumas pesquisas mostram que os jovens é a parcela da população que menos procurou algum tipo de ajuda para deixar de fumar, apesar de 48% da população relatar que já fizeram pelo menos uma tentativa de parar de fumar. O que mais chama a atenção é que, entre os jovens, os homens fumam mais do que as mulheres e, numa proporção duas vezes maior, elas deixam o fumo.
O nível de dependência severa de nicotina dos jovens foi 50% menor do que a dos adultos. Isso mostra a importância do estímulo à cessação entre essa população, e principalmente da prevenção, para evitar que comecem a fumar.
De modo geral, os dados demonstram a necessidade de explorar melhor as ações de controle do tabagismo entre a população de 15 a 24 anos. Exemplo: os jovens percebem menos a propaganda antitabaco veiculada por meio do rádio. É preciso reforçar as mensagens sobre prevenção e cessação tanto em programas de rádio e TV, voltados ao público jovem.
O cigarro, um dos principais fatores de risco para o câncer, também causa forte impacto no orçamento doméstico. Numa família composta por um casal de fumantes, entre 45 e 64 anos, gasta, por mês, somente com a compra de cigarros, R$ 128,60. Por ano, a despesa chega a R$ 1.543,20.
O gasto com cigarro para um casal de fumantes de qualquer região do país chega a R$ 1.495,20 por ano. Todos os valores foram calculados com base em 2008. Naquele ano, o valor do salário mínimo era R$ 415,00, o que levaria esse gasto com cigarro a quase quatro salários mínimos por ano. E mais, o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50.
Segundo o Banco Mundial e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, tabaco e pobreza formam um ciclo vicioso, que atrasa o desenvolvimento dos países. Os maiores percentuais de fumantes no Brasil, entre ambos os sexos, foram encontrados na população sem instrução (25,7%) e entre as pessoas de menor renda (21,3%), o que correspondia à população que ganhava menos de meio salário mínimo por mês.
Apesar da queda no consumo de tabaco nas últimas décadas, o número de fumantes no país ainda é elevado: cerca de 25 milhões com idade igual ou superior a 15 anos. Contudo, 45,6% dos fumantes tentaram parar de fumar nos últimos 12 meses, o que correspondeu a cerca de 12 milhões de pessoas.
O tabagismo é a principal causa de tumores malignos evitáveis; se as pessoas não fumassem ou parassem de fumar isso evitaria dezenas de tipos de câncer, entre eles, os de pulmão, estômago, bexiga e colo do útero. Outro problema grave é o tabagismo passivo. Quanto mais cedo, uma pessoa é exposta ao cigarro em ambientes com fumantes, maior a possibilidade de vir a desenvolver câncer na vida adulta.
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