Da Redação
A atriz britânica Elizabeth Taylor morreu ontem, aos 79 anos, em Los Angeles, por
problemas cardíacos. Internada no início do mês passado no hospital Cedars-Sinai, a estrela hollywoodiana se tratava havia semanas. Michael Wilding, um dos filhos da atriz, divulgou um comunicado: "Sempre seremos inspirados por sua contribuição ao mundo".
Apesar da internação e de complicações recentes, a condição de Taylor era
considerada estável e esperava-se que a atriz se recuperasse e pudesse voltar para casa.
Em 2009, Taylor havia sido submetida a uma cirurgia para substituir uma válvula
defeituosa no coração. Ela usava uma cadeira de rodas há mais de cinco anos para
lidar com sua dor crônica.
Elizabeth Rosemond Taylor nasceu em 27 de fevereiro de 1932, em Londres. Em
1939, sua família decidiu voltar para os Estados Unidos temendo o início da guerra na Europa. Pouco depois de se instalar em Los Angeles, Liz participou de seu primeiro filme, “A Força do Coração”, que foi lançado quando a atriz tinha apenas 10 anos de idade. Seu primeiro papel importante no cinema veio em 1944, no filme “A Mocidade É Assim Mesmo”. Com apenas 12 anos, Elizabeth Taylor tornou-se, então, a principal estrela infantil do estúdio MGM.
A atriz foi a rainha das bilheterias das décadas de 1950 e 1960. Seus olhos cor de
violeta encantavam plateias e seu talento conquistava os críticos. Nesse período, ela atuou ao lado de pesos-pesados do cinema norte-americano, como James Dean (no clássico “Assim Caminha a Humanidade”), Roger Moore (em “A Última vez que Vi Paris”) e Paul Newman (“Gata em Teto de Zinco Quente”).
Apesar do trabalho elogiado e da fama estabelecida, levou algum tempo para que
Taylor ganhasse um Oscar. Ela foi nomeada por quatro anos consecutivos ao prêmio da Academia, mas só levou a estatueta para casa em 1960, por “Disque Butterfield 8”. A segunda estatueta veio pouco depois, em 1966, interpretando a briguenta Martha, considerada uma das melhores atuações de sua carreira, em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”.
Filhos e casamentos
A atriz, que por anos figurou nos sonhos de muitos homens, teve uma vida amorosa atribulada. Com oito casamentos no currículo, Elizabeth Taylor se relacionou com homens ricos e famosos de seu tempo. Ela teve seu primeiro marido com apenas 18 anos. O escolhido foi Conrad Nicholson Hilton Júnior, mais conhecido como Nick, herdeiro da rede de hotéis Hilton. A união durou pouco mais de sete meses. No ano seguinte, veio o ator Michael Wilding , com quem permaneceu por cinco anos. Com ele, teve dois filhos: Michael (1953) e Christopher Wilding (1955). Após a separação, surgiu outro milionário em seu caminho, Mike Todd. Ele foi o primeiro grande amor da sua vida, mas morreu em um acidente aéreo, um ano depois do casamento. Juntos tiveram a terceira filha da atriz, Liza Todd. Superado o trauma, Elizabeth casou-se com o cantor Eddie Fischer. Sua união com o músico foi um dos maiores escândalos da sua carreira: ele era grande amigo do falecido Todd e marido da atriz Debbie Reynolds, amiga de Taylor. Ainda casada com Fischer, Elizabeth conheceu o ator inglês Richard Burton no set de filmagens de “Cleópatra”. Os dois tiveram uma relação turbulenta, casaram-se e separaram-se duas vezes. Juntos, adotaram a quarta filha de Liz, Maria Burton. Após 11 anos, entre idas e vindas, a atriz se separou de Burton e, no mesmo ano, casou-se com o atual senador republicano pelo estado da Virginia John Warner.
Em 1981, aos 59 anos, a diva buscou novamente a felicidade, agora nos braços do
caminhoneiro Larry Fortensky, um alcoólatra recuperado. A cerimônia foi realizada no rancho Neverland, de seu amigo Michael Jackson. Com o fim do oitavo casamento, a estrela jurou nunca mais se casar.
Nos últimos anos de vida, Elizabeth Taylor foi internada diversas vezes por problemas de saúde – superou pneumonia, câncer de pele e operações no pulmão, quadris e coluna. Em 1997, foi submetida a uma cirurgia no cérebro para retirada de um tumor benigno. Sete anos depois, em 2004, foi diagnosticada com problemas no coração. No total, estima-se que tenha feito ao longo entre 30 e 40 cirurgias.
Em suas últimas aparições em público, a atriz usava cadeira de rodas, alegando problemas de escoliose. Em 2009, surpreendeu ao usar sua conta no Twitter para
anunciar que iria fazer uma operação cardíaca e pediu orações aos fãs. Em sua última internação, há seis semanas, além de falhas no coração, foram detectadas novamente fraturas na coluna, agravadas pela escoliose, e a atriz vivia com muita dor. Uma entrevista à revista W, em 2004, reflete bem o espírito da atriz com relação à idade e seus inúmeros problemas de saúde. "Meu corpo está uma bagunça", disse ela. "As pessoas devem pensar, 'meu Deus, ela ainda está viva?' Mas há alguma teimosia em mim que me faz continuar lutando. É a coisa mais incrível – eu simplesmente continuo voltando."