Alain Prost até resistiu, mas acabou assistindo ao filme “Senna”, sobre a carreira do piloto brasileiro na F1. No começo do ano, o francês afirmou que não queria ver o documentário, já que não concordava com a linha escolhida pelos produtores para contar a história, em que ele era retratado como um vilão.
Na última semana, em entrevista durante o Festival de Velocidade em Goodwood, na Inglaterra, o tetracampeão admitiu que assistiu ao filme e que não ficou contente.
“Estou muito, diria, chateado. Explico em 30 segundos: gastei muito tempo filmando para isso, fiquei muitas, muitas horas tentando explicar as coisas. Tínhamos um Ayrton Senna antes da F1, um Senna de quando lutávamos na F1 e tínhamos um Ayrton Senna de quando eu me aposentei”, afirmou Prost.
“Então, tem o lado humano da história com duas personalidades e as pessoas entenderiam muito melhor o que aconteceu quando brigávamos, pois ele estava lutando assim, e as pessoas entenderiam melhor os últimos três ou quatro meses, quando ele me ligava quase que uma ou duas vezes por semana para me fazer perguntas, me pedindo para voltar a GPDA [Associação dos Pilotos de Grandes Prêmios], fazendo perguntas sobre a Williams, sobre segurança, sobre vida pessoal. Segredos muito grandes que nunca vou contar a ninguém”, continuou.
Apesar de não ter gostado da forma do resultado final do filme, Prost ainda disse que o documentário é uma peça comercial, que precisa seguir uma receita para fazer sucesso e agradar aos fãs.
“No final, eles queriam fazer uma coisa comercial seguindo a linha do bom e do mau. Não me importo muito em ser o vilão”, concluiu.