Candidatos a vereador e dirigentes partidários já estão com as calculadoras a postos para as eleições
Candidatos a vereador e dirigentes partidários já estão com as calculadoras a postos para as eleições (Foto: Reprodução)
Da redação
Quociente eleitoral, quociente partidário, média, sobras e sobras das sobras. São tantas contas a serem feitas que nem mesmo a maioria dos candidatos a vereador sabe quantos votos precisa ter nas eleições deste domingo (6) para assumir uma vaga na Câmara Municipal de Votuporanga. Para tentar deixar isso um pouco mais claro, o
A Cidade traz um levantamento sem o “juridiquês” que complica o entendimento da população.
Primeiro é importante destacar que, diferente da eleição para prefeito, onde o eleito é o candidato com maior número de votos, para vereador os resultados são obtidos por meio de cálculos. Por isso ocorre de candidatos com menos votos serem eleitos enquanto outros muito com uma votação muito maior ficam de fora.
Um dos exemplos mais recentes foi o do Sargento Marcos Moreno, nas eleições passadas, que obteve 1.002 votos, mas seu partido da época, o PSL, não atingiu o quociente partidário, e ele acabou não se elegendo, enquanto Sueli Fiósi, por exemplo, com 305 votos, conquistou uma cadeira na Câmara. Nesta eleição, Moreno tenta novamente se eleger, só que desta vez pelo PL, e Sueli busca a reeleição pelo PP.
Contas
O primeiro cálculo é chamado por dirigentes partidários de “primeira rodada”. Para chegar a essa primeira rodada, primeiro é feito o cálculo do quociente eleitoral, que nada mais é do que o total de votos válidos dividido pelo número de cadeiras na Câmara, que são 15. Na última eleição municipal, por exemplo, Votuporanga somou 41.639 votos válidos que, dividido por 15 cadeiras, fixou um quociente eleitoral de 2.775 votos.
Vale lembrar, no entanto, que a última eleição ocorreu em meio à pandemia e a tendência para este ano é que o número de votos válidos cresça e, consequentemente, aumente também o quociente. Os dirigentes partidários estimam que o quociente eleitoral deste ano seja de aproximadamente 3 mil votos.
Feito o cálculo do quociente eleitoral, depois é analisado o quociente partidário, que é o que define a quantidade de vagas na Câmara para cada partido. Neste caso, são somados os votos válidos de cada partido e dividido pelo quociente eleitoral.
Por exemplo, se o partido “A” tiver (somando o voto de todos os seus candidatos) 8 mil votos, divide-se essa quantidade pelo quociente eleitoral, ou seja, 2.775. Desse modo o partido “A” teria direito a 2,8 cadeiras na Câmara, mas para este cálculo, os valores fracionados são desprezados, o que significa que o partido em questão teria conquistado duas vagas para o cargo de vereador no município.
Feitos esses primeiros cálculos, na primeira rodada são divididos o número de cadeiras pelos partidos que atingiram o quociente partidário e são eleitos os candidatos que obtiverem o maior número de votos dentro de cada partido, desde que eles tenham obtido uma votação de no mínimo 10% do quociente eleitoral. Ou seja, para se eleger vereador em Votuporanga no ano de 2020, um candidato que concorreu pelo partido “A” teria que conquistar no mínimo 275 votos e estar entre os dois mais votados do seu partido.
Sobras
A estimativa dos mais experientes na política local é de que, nesta primeira rodada, sejam preenchidas de seis a sete cadeiras na Câmara. A partir daí é que entram as chamadas sobras. Para isso, é utilizado o cálculo da média de cada partido.
A média de cada partido é determinada pela quantidade de votos válidos recebidos dividida pelo quociente partidário mais 1. Em termos mais claros, nesta segunda rodada os partidos que tiverem mais votos conquistam mais vagas.
Entretanto, só participam dessa segunda rodada da repescagem os partidos que tenham obtido pelo menos 80% do quociente eleitoral e, desses partidos, todos os candidatos que tenham conseguido votação igual ou superior a 20% desse mesmo quociente. Ou seja, os partidos que tiverem o maior número de votos ganham uma nova cadeira, que irá para o candidato que tiver o maior número de votos na legenda e que tenho obtido, no mínimo, 550 votos, levando em consideração o quociente eleitoral de 2020.
Sobra das sobras
Caso ainda não seja possível preencher todas as vagas seguindo os critérios de desempenho, é feita uma nova rodada de distribuição das chamadas “sobras das sobras”. Neste caso, todos os partidos e federações podem concorrer às últimas vagas, que são obtidas diretamente pelas legendas que tiverem a maior média e ocupadas pelos seus candidatos mais votados, sem a exigência de atingir os 20% do quociente eleitoral.