O acúmulo de lixo na praça já é alvo de reclamações há tempos, mas ganhou um peso ainda maior com a implantação do tributo
Lixão na Praça São Bento sempre irritou os feirantes e moradores, mas piorou com a implantação da ‘Taxa do Lixo’ (Foto: Redes sociais)
Da redação
Ano novo, problema velho. O acúmulo de lixo na Praça São Bento, principalmente nos dias de feira livre, já se tornou alvo de inúmeras reclamações na Câmara Municipal de Votuporanga e também nas redes sociais. Agora, porém, com a implantação da TMRS (Taxa de Manejo de Resíduos Sólidos), popularmente conhecida como ‘Taxa do Lixo’, feirantes e moradores cobram uma solução definitiva para o problema.
O caso voltou a repercutir nas redes sociais por meio de uma postagem da comerciante Ivete Del Aposta Lopes, do Churros da Ivete. No post, a feirante afirma que a situação está ficando insustentável.
“Gostaria de saber quem pode nos ajudar em relação à essa situação? Faz tempo que isso vem acontecendo, mas está ficando insustentável. Isso está virando um verdadeiro lixão. Peço ajuda para alguém que possa resolver isso. Total falta de respeito com o nosso local de trabalho e com a praça. Isso é uma vergonha, revoltante”, publicou.
Como já mencionado, a reclamação não é nova, mas ganhou ainda mais repercussão em meio ao processo de implantação da chamada ‘Taxa do Lixo’, aprovada pela Câmara Municipal no final do ano passado. “Ainda vamos ter que pagar taxa de lixo, isso é uma vergonha”, comentou Adriana Carvalho. “Isso é um descaso com a população. Revoltante mesmo”, completou Cristina Negrini.
De acordo com os moradores e frequentadores da praça, boa parte do problema está relacionada ao vandalismo e pessoas sem conscientização. Os comerciantes que ali estão instalados fazem o descarte corretamente, em sacos de lixos para que haja a coleta toda manhã, porém, indivíduos e animais de ruas, rasgam os sacos em busca de materiais recicláveis, alimentos, ou somente para espalhá-los, gerando assim, transtornos de diversas ordens na localidade.
Conscientização
A solução para o problema, conforme os moradores, está relacionada a um trabalho de conscientização e fiscalização, além de mais efetividade na limpeza. Nas próprias imagens postadas pela feirante é possível ver que o lixo está sendo descartado de maneira irregular bem no pé de uma placa que alerta sobre a proibição de descartar lixo naquele local.
“Ninguém respeita placa. Tem que fiscalizar e multar. Quando uns dois ou três sentirem no bolso o peso da multa, aí os outros vão se conscientizar. Do contrário, vai continuar assim para o resto da vida”, disse Ivone Garcia, frequentadora da praça.
Outro lado
Procurada, a Saev Ambiental (Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Votuporanga) afirmou que o descarte irregular de lixo em vias públicas, estradas ou praças é crime punido com lei. “Ao tomar conhecimento da situação de tal ponto localizado na Praça São Bento, a Saev Ambiental providenciou a coleta imediata, ontem”, diz a nota.
Ainda segundo a Saev, a lei municipal de 2015, o responsável pela ação inapropriada pode receber multa no valor de 1.703 Unidades Fiscais do Município (UFM), o que ultrapassa os R$ 8 mil. O valor pode ser dobrado mediante reincidência do crime.
“Atualmente, Votuporanga oferece todas as condições para que o morador deposite o lixo de forma adequada. A cidade conta, por exemplo, com quatro unidades do Ecotudo, que são pontos de entrega voluntária de materiais descartáveis e inservíveis de origem domiciliar. Os Ecotudos Norte, Sul e Oeste funcionam diariamente, das 7h às 19h, inclusive aos finais de semana e feriados. Já o Ecotudo Leste funciona de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h”, complementa a nota.
A Saev Ambiental informou também que desenvolve projetos educacionais e campanhas para combater e conscientizar a população sobre a importância do descarte regular de lixo.