57% dos consumidores reconhecem que há membro da família que prejudica orçamento doméstico
(Foto: Reprodução internet)
Dinheiro ainda é um tabu no ambiente familiar. Em muitos casos, ele só vira tema de conversa quando se transforma em um problema dentro de casa. Um levantamento realizado em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que somente 44% dos brasileiros falam frequentemente sobre dinheiro com os membros da família, ao passo que 39% só entram nesse assunto quando a situação financeira já não é boa ou imaginam que pode surgir um problema. Os que não costumam conversar sobre a gestão do orçamento com os moradores da residência somam 18% dos consumidores.
Na opinião do educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, falar naturalmente sobre o orçamento da casa é o primeiro passo para evitar problemas financeiros e também para traçar metas. “Famílias são grupos complexos, pois cada indivíduo pode ter necessidades, gostos e hábitos diferentes, e quando não há diálogo, a tendência é que surjam divergências e despesas que extrapolam o orçamento. A honestidade e a clareza são muito importantes e as conversas sobre dinheiro precisam ser regulares, diz o educador.
O levantamento também descobriu que em parte significativa dos lares brasileiros não há uma divisão para o pagamento de contas entre os membros da casa: em 33% dos casos apenas um morador é responsável por arcar sozinho com todas as despesas da residência. Para 20%, as contas são divididas igualmente entre os moradores que possuem renda e para 17%, os compromissos são divididos de acordo com o salário de cada um.
De modo geral, 23% dos brasileiros disseram que os gastos familiares não são discutidos entre os membros da família, sendo que a decisão final cabe a apenas um morador ou, então, cada pessoa gasta seus recursos conforme sua própria necessidade. Para 52% as decisões sobre o que comprar são sempre tomadas em conjunto.
Para um quarto (25%) dos entrevistados, nunca há sobras no orçamento familiar, fazendo com que o dinheiro seja sempre direcionado para o pagamento de contas e compromissos fundamentais. Em 20% dos casos, quando há sobras, esse recurso fica guardado para gastos do mês seguinte.
A pesquisa revela ainda que, muitas vezes, o excesso de gastos de membros da família prejudica a saúde do orçamento da residência. Em cada dez brasileiros que residem com outros familiares, seis (57%) admitem que há moradores na casa que prejudicam o orçamento da família, percentual que aumenta para 62% entre as famílias das classes C, D e E. De acordo com o levantamento, as pessoas que mais criam problemas para a gestão das finanças da casa são o próprio entrevistado (20%), o cônjuge (15%) e os filhos (12%).