Na comparação com abril do ano passado, houve queda de 3,9%, segundo o IBGE. Indústria extrativa tem 4º resultado negativo seguido, acumulando queda de 25,7%.
Produção industrial cresceu em abril em 20 das 26 atividades pesquisadas, na comparação com março — Foto: Divulgação/IBGE
A produção industrial brasileira registrou em abril uma alta de 0,3%, na comparação com o mês imediatamente anterior, segundo divulgou nesta terça-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do crescimento, o avanço foi insuficiente para recuperar a perda de 1,4% de março. Nos 4 primeiros meses de 2019, o setor industrial passou a acumular uma queda de 2,7% frente ao mesmo período de 2018.
Na comparação com abril do ano passado, a produção da indústria caiu 3,9%.
Trata-se do pior resultado para um mês de abril desde 2017, quando a indústria registrou alta de 0,2% ante março e queda de 4,5% ante o mesmo mês do ano anterior.O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, reforçando a leitura de estagnação da economia. A mediana das estimativas de 21 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data apontava para um avanço de 0,7% da indústria na passagem de março para abril.
A perda de ritmo do setor fica mais evidente na análise do resultado acumulado em 12 meses, que passou de -0,1% em março para -1,1% em abril, permanecendo na trajetória descendente iniciada em julho de 2018.Setor extrativo tem queda de 9,7%, o 4º recuo mensal seguido
Mais uma vez, a produção geral do país foi fortemente impactada pelo desempenho das indústrias extrativas (-9,7%), que registrou o quarto resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período uma queda de 25,7%, na esteira dos desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) na produção da mineradora. Em relação a abril de 2018, o recuo foi de 24%.
“Há um efeito de queda em sequência do setor por conta de Brumadinho, e isso vem trazendo impactos negativos na indústria como um todo”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo. Segundo ele, o crescimento na indústria geral seria de 1,2% se o setor extrativo não fosse considerado na pesquisa.
A produção do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis também caiu em abril (-2,0%), no segundo recuo seguido, acumulando perda de 5% em dois meses.