Enfermeiro diz que, com suas fotos, quer mostrar as forças mas também fragilidades dos colegas (Foto: Reprodução/Paolo Miranda)
"Todo mundo está nos chamando de heróis, mas eu não me sinto como um."
Paolo Miranda é enfermeiro da unidade terapia intensiva (UTI) no único hospital de Cremona.
Esta pequena cidade na região da Lombardia é o epicentro do surto do novo coronavírus na Itália — na cidade, 2.167 pessoas atualmente têm o vírus e 199 morreram.
Como muitos de seus colegas, Miranda está trabalhando em turnos de 12 horas no último mês.
"Somos profissionais, mas estamos ficando exaustos. Hoje, sentimos que estamos nas trincheiras — e todos estão com medo."
Miranda costuma fotografar e decidiu retratar a drástica situação dentro da UTI em que trabalha.
"Não quero esquecer nunca o que está acontecendo. Isso se tornará história, e, para mim, as imagens são mais poderosas que as palavras."
Em suas fotos, ele deseja mostrar a força de seus colegas — e também sua fragilidade.
"Outro dia, do nada, uma das minhas colegas começou a gritar e pular para no corredor."
*BBC News