Secretaria de Saúde diagnosticou 13 pessoas com a doença no ano passado e já são 24 casos confirmados em 2015
A melhor forma de se prevenir a doença ainda é não compartilhar agulhas e seringas descartáveis de uso individual e usar preservativos durante todas as relações sexuais
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga tem registradas quatro mortes por Aids neste ano, contra três de 2014. Atualmente, o município tem aproximadamente 300 moradores tomando medicação, que é o coquetel para a pessoas doentes. Em 2015, foram notificados 24 casos novos de Aids, mais cinco portadores de HIV. De todo o ano de 2014, foram 13 Aids e 28 HIV.
A melhor forma de se prevenir ainda é não compartilhar agulhas e seringas descartáveis de uso individual e usar preservativos durante a relação sexual. Contudo, os jovens não estão usando o preservativo. Uma pesquisa coordenada pela Caixa Seguros, com acompanhamento do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde mostrou que, entre os jovens de 18 a 29 anos, por exemplo, 40% dispensam a camisinha.
De acordo com Léa Cristina Bagnola, coordenadora do Programa DST/ Aids de Votuporanga, o tratamento é realizado no município pelo Sae (Serviço de Assistência Especializada).
Ela destacou que a quantidade de jovens homossexuais contaminados com a doença tem aumentado significativamente. “Eles dizem que pegar a doença é consequência da prática sexual. Estão encarando com naturalidade o fato de não usar o preservativo”, falou Léa.
Tratamento - Os antirretrovirais (ARV) ou Terapia Antirretroviral (TARV), popularmente conhecidos como coquetel, têm a capacidade de impedir a multiplicação do vírus e preservar a imunidade diminuindo a morbidade e mortalidade pelo vírus do HIV. Melhorando a qualidade e a expectativa de vida. “Desde o surgimento da TARV, a infecção pelo HIV/AIDS tem se tornado uma doença potencialmente controlável. Além do impacto clínico favorável, o início mais precoce do uso do coquetel vem sendo demonstrado como ferramenta importante na redução da transmissão do HIV. Todavia, deve-se considerar a importância da adesão e o risco de efeitos adversos no longo prazo. A medicação está indicada para todos os indivíduos sintomáticos, independentemente da contagem de LT-CD4+. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. Atualmente, existem 21 medicamentos divididos em cinco tipos”, explicou Léa, com base em dados do Departamento Nacional DST/Aids.
A coordenadora do programa em Votuporanga disse ainda que a instituição da terapia antirretroviral (TARV) tem por objetivo diminuir a morbidade e mortalidade das pessoas, melhorando a qualidade e a expectativa de vida, mas não consegue erradicar a infecção pelo HIV.
“Desde o surgimento dos primeiros esquemas antirretrovirais, buscou-se definir critérios para início do tratamento com base nas estimativas de risco de infecções oportunistas, evolução para aids e óbito. Ressalta-se que, quando o tratamento é iniciado precocemente, aumentam-se as chances de se alcançar níveis elevados de LT-CD4+. Evidências robustas demonstram o benefício do coquetel em pessoas com Aids ou outros sintomas relacionados à imunode-ficiência provocada pelo HIV e em indivíduos assintomáticos com contagem de LT-CD4+ inferior a 350 células/mm3”, contou Léa.
Mais recentemente, tem-se observado redução da morbimor-talidade com o início mais precoce do uso do medicamento. “Além do impacto clínico favorável, o início mais precoce do uso da medicação vem sendo demonstrado como ferramenta importante na redução da transmissão do HIV. Todavia, deve-se considerar a importância da adesão e o risco de efeitos adversos no longo prazo. Assim, evidências de benefícios clínicos e de prevenção da transmissão do HIV providas por estudos intervencionistas e observacionais, somadas à disponibilidade de opções terapêuticas progressivamente mais cômodas e bem toleradas, justificam o estabelecimento de novos critérios para o início do tratamento antirretroviral”.