João Miguel, de 2 anos, lutava contra uma atrofia muscular espinhal (AME); caso do menino ficou nacionalmente conhecido após pai dele ser preso na BA acusado de desviar dinheiro da campanha para viagens e artigos de luxo.
João Miguel lutava contra uma atrofia muscular espinhal (AME) — Foto: Reprodução/Redes sociais
Morreu nesta quinta-feira (17) o menino João Miguel, de dois anos, em Belo Horizonte. A criança, que morava em Conselheiro Lafaiete, enfrentava uma atrofia muscular espinhal (AME), uma doença degenerativa grave.
O caso de João Miguel ficou conhecido nacionalmente após a prisão do pai dele, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, que está preso por suspeita de desviar cerca de R$ 600 mil do dinheiro arrecadado em uma campanha para custear o tratamento. O caso foi mostrado pelo Fantástico.
A última postagem do perfil oficial da campanha de ajuda para o tratamento de João Miguel é um vídeo em que a mãe agradece os parabéns que o garoto recebeu pelo aniversário de 2 anos, no dia 7.
No dia 30 de agosto deste ano, o pequeno foi submetido à primeira dose do remédio. Esta dose foi comprada pelo governo, após uma liminar da Justiça conseguida pela advogada da família meses antes da denúncia contra o pai. Cada dose tem um custo de R$ 341 mil.
A campanha para recolher dinheiro para João Miguel comoveu os moradores de Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas Gerais, onde a família mora. Em quase um ano, foi arrecadado mais de R$ 1 milhão. Depois da liminar, no dia 14 de junho deste ano, a campanha foi suspensa e o dinheiro foi bloqueado.O pai de João Miguel, Mateus Henrique Leroy Alves, foi preso em um hotel em Salvador no dia 22 de julho deste ano, após a mãe de João Miguel denunciá-lo.
A Polícia Civil o prendeu após receber informações de que ele teria viajado a passeio com parte do valor arrecadado em uma campanha para pagar o tratamento do pequeno João Miguel.
Uma reportagem especial do Fantástico revelou que Mateus, segundo gravações telefônicas gravadas pela polícia, pode também estar envolvido em um esquema de agenciamento de garotas de programa.
O Ministério Público denunciou o pai por estelionato e abandono material contra o filho. De acordo com a denúncia, Mateus gastou cerca de R$ 600 mil de um total de R$ 1 milhão arrecadado em campanhas na cidade, com corrida e shows, e ainda nas redes sociais. A defesa dele nega que ele tenha cometido os crimes.Mateus Henrique está sendo julgado em Conselheiro Lafaiete por estelionato e e abandono material contra o filho. A sentença deve ser divulgada até o fim deste mês.
A Polícia Civil informou que o inquérito sobre lavagem de dinheiro ainda está em andamento.