Polícia
Casos de estupro voltam a crescer em Votuporanga
Segundo um levantamento do A Cidade, junto à SSP, 90% dos casos envolvem menores; delegada Edna, da Delegacia da Mulher, disse que aumento é consequência da pandemia
publicado em 27/08/2021
A delegada Edna Rita de Oliveira Freitas, da DDM, relatou que aumento dos casos aconteceu por conta da pandemia (Foto: A Cidade)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Um levantamento feito pelo A Cidade, junto à SSP (Secretaria de Segurança Pública), revelou que os registros de estupros em Votuporanga voltaram a crescer, nos primeiros sete meses desse ano. Os dados são os maiores registrados nos últimos cinco anos e 90% deles envolvem vulneráveis.
Desde o ano passado, a reportagem acompanha os registros e nota o aumento dos casos, por meio dos números oficiais. De acordo com as estatísticas da SSP, entre janeiro e julho (data do último balanço), foram registradas 20 ocorrências de violência sexual, sendo que 18 delas foram contra vulneráveis (crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência intelectual).
O indicador elevado dos estupros é explicado pelo maior tempo em que os votuporanguenses passam em casa, isso devido à pandemia. Isso porque a maior parte dos registros é do âmbito familiar. É o que explica a delegada Edna Rita de Oliveira Freitas, da DDM (Delegacia da Mulher).
“Nós temos muitos registros, houve um aumento considerável realmente e eu atribuo isso a pandemia. As pessoas ficam confinadas e as relações familiares, quando não há um suporte adequado, elas vão se deteriorando. E por conta disso, eu vejo que aumentou tanto a violência doméstica, quanto os estupros que na maioria das vezes é intrafamiliar”, explicou.
Em 2020, por exemplo, Votuporanga teve 37 ocorrências durante o ano, 20 delas somente no primeiro semestre. Além disso, o alarde se deve ao fato de que 30 casos foram contra menores.
Já em 2019, antes da pandemia, a Polícia Civil registrou no primeiro semestre 13 casos de estupro, cinco contra crianças e adolescentes. No ano de 2018 foram 16 crimes e 14 deles contra menores.
A delegada explica que existem casos, que são apurados pela DDM, nos quais adolescentes menores de 14 anos e que moram com um companheiro passam a ter relações sexuais, o que também é considerado estupro.
“Tudo é uma questão social, ainda falta educação. Ainda existe machismo e às vezes o homem acha normal ter um relacionamento com uma menina mais nova, alguns casos que são pessoas que aparentemente são idôneas, mas acabam abusando de uma criança. São muitos casos, o que tem é as famílias que ensinar e orientar”, disse.
Ainda nesse sentido, Edna disse que pessoas devem estar atentas ao perceberem um comportamento estranho em crianças, um pedido de socorro, para que imediatamente, apresentem a denúncia, mesmo que seja anônima. A delegada estendeu o recado para que as escolas fiquem atentas e percebam a mudança na conduta das crianças.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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